https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/39324/pdf
O SENTIDO DOS BANKSTER PARA O CARBONO
INTRODUÇÃO
A negação da ligação entre poluição e mudanças climáticas
faz parte de um antigo debate entre cientistas e política. Mas para entender as
raízes da questão não é possível transcender de alguns lugares e personagens
pertencentes à esfera do patrocínio e da finança global.
Bellagio, por exemplo, perto do Lago Como, onde o Bellagio
Center da Fundação Rockefeller está ativo desde 1959, um lugar onde trocar
ideias e propor atividades que influenciam o mundo e dedicadas a políticos,
acadêmicos, artistas de todas as latitudes[2].
Esse lugar têm sido foco de iniciativas voltadas para a Revolução Verde e é precisamente entre esses morros que duas
oficinas influentes sobre gases de efeito estufa ocorreram em 1987, com a
presença de um grupo selecionado de personagens que historicamente se engajam
no caminho da compreensão e da ação político-financeira sobre o tema das
mudanças climáticas de origem antropogênica que começaram na década anterior e
que levarão aos principais eventos ambientais da história. Não sem contradições.
"No que diz respeito ao meio ambiente, florestas e
terras aráveis, águas montanhosas e rios, praias e mares têm sido objeto tanto
de exploração industrial quanto de atividades financeiras há séculos. Mas ainda
não tinha acontecido que a poluição do ar e a crise ecológica se tornassem
objeto de uma poderosa atividade financeira, formalmente destinada a reduzi-las
com o resultado final de ajudar a agravá-los"[3],
diz o sociólogo e economista Gallino, citando a Chicago Climate Exchange, a
maior bolsa de valores do mundo para o comércio de certificados de emissão de
CO2.
Fundada em 2003, hoje movimenta 680 milhões de toneladas de
carbono e, desde então, gerou centenas de fundos e empresas especializadas na
troca de compensação de carbon offset, ou compensação de carbono (GALLINO,
2015, pg43).
Isso levou
a um esforço para medir e localizar exatamente as emissões de gases de efeito
estufa. O propósito deste estudo consiste na deconstrução do tema das políticas
globais para a redução dos gases a afeito estufa através de uma lógica
sistémica e tentando evidenciar os interesses financeiros interconexos que
gravitam ao redor da produção de CO2 utilizando fontes de informação Osint.
O MERCADO DE CARBONO.
As
primeiras medições de dióxido de carbono na atmosfera foram coletadas pelo
cientista americano Charles D. Keeling em 1985 no Observatório Mauna Loa[4],
no Havaí. A estação havaiana, à qual foram adicionadas as de Barrow no Alasca,
a da Samoa Americana e a do Polo Sul na Antártida, faz parte da Administração
Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), do Laboratório de Pesquisa
do Sistema Terrestre (ESRL) e da Divisão Global de Monitoramento
(GMD) (NOAA, 2020). Ao longo do tempo, os pesquisadores desenvolveram
detectores capazes de determinar com alto grau de precisão as emissões de gases
que mudam o clima causados por qualquer atividade humana ou fenômeno natural:
desde a construção de uma grande represa até a queima de uma porção de
floresta, do fracking aos aterros sanitários, é possível documentar em tempo
real e precisamente quanta poluição é produzida. Uma ferramenta indispensável
hoje é um sensor lançado no mercado pela primeira vez em 1997 e que, através de
um filtro, o Interferômetro Fabry-Perot (FPI), mede os níveis de CO2 em ambos
os percentuais e PPM (peças por milhão)[5].
Um dispositivo que mereceu uma colaboração com a NASA[6]
e se materializou através do Projeto Kolb, por seu atuador, Thomas Kolb, da
Universidade do Arizona. O projeto teve como objetivo testar os fluxos de
dióxido de carbono e metano nas extensões da floresta de pinheiros do sul do
Colorado e durou de 2004 a 2008. Existem três tipos de floresta estudada: uma
área não tratada, não recentemente desmatada ou recentemente destruída, uma
área controlada e afinada poucos meses antes do início das pesquisas e com
ações de restauração e uma terceira área seriamente afetada por um incêndio
ocorrido em 1996[7].
NOAA, The NOAA Annual Greenhouse Gas Index (AGGI), 2020, ilustração,, Disponìvel em: https://www.esrl.noaa.gov/gmd/aggi/
As
medições visavam estudar os fluxos de CO2 entre terra e atmosfera nas diversas
proporções e comparar os resultados entre as diferentes áreas, avaliar as
influências com fatores climáticos e meteorológicos, avaliar a influência do
manejo florestal e dos incêndios florestais (KOLB, 2017).
Outro
centro de coleta de dados é Mongabay, fundado em 1999, pouco antes da ruptura
diplomática ocorrer durante a COP-6 em sumidouros de carbono. O criador foi o
economista Rhett Ayers Butler com o objetivo de aumentar o interesse nas selvas
e analisar tendências e fenômenos locais e globais através das lentes
oferecidas pelas novas tecnologias. Depois dos Estados Unidos, Mongabay também
abriu escritórios na Indonésia, América Latina e Índia graças ao financiamento de
organizações filantrópicas como a Fundação Ford e a Fundação
John D. e Catherine T. MacArthur.
Hoje, o
mercado financeiro europeu no comércio de emissões é o maior do mundo e está
prestes a crescer. Lançado em 2005, após uma fase piloto inicial, abrange
12.000 instalações de detecção de emissões em 30 países e cobre o 41% das emissões europeias de CO2. Os setores
envolvidos são as fábricas de energia, combustão, refinarias, fornos
industriais, fábricas de produção de ferro e alumínio, cimento, vidro, cal,
tijolos e cerâmica.
A fase
inicial foi acompanhada pela alocação de um preço de carbono e pela mudança na
cultura industrial das corporações muito rapidamente. Cerca de 200 milhões de
toneladas de CO2, 3% do total, foram cobertas apenas na primeira fase do
projeto. Um padrão que tem crescido muito rapidamente causando um problema de
super alocação nos mercados. Isso tornou necessário fazer ajustes com os
bancos. É o caso desde 2008, no início da Fase II e no ano da crise econômica
gerada pelos bancos "too big to fail". Um "momento" que,
como será visto abaixo, marcou um ponto crítico de virada no mercado de carbono
e impôs mais repensar a ajustes que visavam lucrar mais do que reduzir o GEE.
Atualmente acabamos de sair da Terceira Fase, que ocupa o período entre 2013 e
2020. As ações são adquiridas diretamente por empresas com ações excedentes através
de um intermediário financeiro ou de uma bolsa de valores. Cada nação tem um
plano de alocação de cotas que estabelece de forma independente e é aprovado
pela Comissão Europeia que supervisiona as emissões[8].
Ao longo
dos anos, o valor do Crédito de Carbono caiu para 3 euros, depois subiu: hoje o
direito de poluir custa cerca de 25 euros por tonelada de CO2 e está
constantemente aumentando[9].
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European Emission Allowances Price, 2019-2020, Valor dos
preços de CO2 em 16.12.2019 e 2.21.2020 ilustração,,
Disponìvel em: https://markets.businessinsider.com/commodities/co2-european-emission-allowances
O
resultado dessa cumulação regulatória resultou em um aumento vertical das
emissões de gases de efeito estufa (GEE). O sistema permitiu que os países
industrializados compensassem o excesso de emissões em relação aos limites das
usinas de capitalização e comércio – embalando e vendendo subsídios de carbono
– comprando emissões baratas de outra pessoa ou investindo em atividades
"sustentáveis". Isso, de fato, impediu que as indústrias pesadas mais
poluentes realmente investissem na redução das emissões de CO2: optamos pela
mera realocação de emissões e poluição para o planeta. O resultado dessa
"ficção científica" foi calculado em 2012, ano em que o GEE deveria
ser reduzido em 5%, pelo menos, em comparação com os níveis de 1990, o ano 0
previsto no Protocolo de Quioto. Em 2012, no entanto, houve um aumento de 149%
nas concentrações de carbono na atmosfera. Uma tendência marcadamente negativa
em comparação com as intenções para as quais o PK nasceu e para a qual o
especialista do MIT Riasat Noor define o sistema de preços de carbono como a
"bala de prata" para a ação contra as mudanças climáticas. É nesta
óbvia falha que a Enron e a Goldman Sachs desenvolvem um mecanismo de
precificação para o mercado de carbono, justificando a iniciativa como um
impedimento às emissões[10].
E se o ponto é tornar mais barato poluir, então para os arquitetos do sistema
de financeirização do carbono, é preciso avançar até um rápido crescimento dos
preços (NOOR, 2019).
O foco no
ano 2008 parece importante: a crise obrigou muitas empresas a fechar ou limitar
a produção e, portanto, produzir menos emissões, criando assim as condições
para um excedente de créditos para vender. É o aumento da oferta que levou a
uma queda nos preços. Por isso, a UE teve de se proteger e, para a Fase 4
(2021-2030), revisou as regras no início de 2018, a fim de aumentar o efeito
raridade, reduzir as cotas em 2,2% por ano e manter o custo do CO2 elevado
mesmo em tempos de crise[11].
Certamente,
a escala dos incêndios violentos – atribuídos às rápidas mudanças climáticas –
que destruíram milhares de hectares de florestas ao redor do mundo em questão
de semanas e meses desde julho de 2019 marcaram um ponto de virada no
raciocínio sobre créditos e dívidas de CO2.
Na
Sibéria, 8 milhões de hectares de floresta desfizeram-se em fumo em lugares
onde o permafrost, o gelo perene, reina[12].
Gelo fervente, deve-se dizer: 295 incêndios indomáveis queimaram a maior
floresta da Eurásia por semanas. Difícil e perigoso apagar as chamas, tal a
extraordinariedade do evento. Um desastre que começou em julho de 2019 e para o
qual é caculada não só a produção de CO2 (apenas nos primeiros 10 dias do
incêndio, quando 4,3 milhões de hectares de floresta tinham foram destruídos,
foi calculada uma liberação de dióxido de carbono na atmosfera equivalentes à
de 36 milhões de carros em um ano[13]),
mas também o albedo reduzido, ou seja, a capacidade reflexiva das geleiras,
sobre as quais o carbono negro foi depositado, a fuligem produzida pela
carbonização da matéria orgânica que mais atrai os raios solares e contribui
para o aquecimento atmosférico.
O fenômeno
teve um precedente no verão de 2016, mesmo sendo de menor intensidade. Os
incêndios se originaram em grande parte por estradas que passavam pelas
florestas atingidas. A suspeita de que a causa seja decorrente de atividades
madeireiras ilegais são o foco da investigação.
Em agosto,
também eclodiram incêndios na Amazônia Brasileira - 12 milhões de hectares de
florestas queimadas. Aqui, também, a promotoria investigou. Interessante neste
caso é a reclamação sobre a existência de um grupo WhatsApp que parece ter dado
à luz ao 'Dia do Fogo', nos dias do incêndio. É um grupo de 246 membros dos
quais pelo menos 70 teriam iniciado incêndios[14]
[15].
No final de agosto, Congo e Angola também viram mais de 10 mil incêndios só em
uma semana, 27 mil hectares de floresta tropical em fumaça. Estima-se que armazenará
115 bilhões de toneladas de CO2 equivalentes às emissões de combustíveis
fósseis produzidas pelos Estados Unidos ao longo de 12 anos[16].
Se pensa em incêndios criminosos. Em setembro, é a vez da Indonésia. O boletim
fala mais ou menos de 328 mil hectares.
Em novembro, os incêndios fora de controle, que
prosseguiram por semanas, atacaram a Austrália. Estamos falando aqui de dois
milhões de hectares afetados[17].
É
surpreendente, nesta lista, a velocidade de eventos devastadores em sucessão,
quase todos os meses. A natureza extraordinária dos fenômenos, a quantidade de
incêndios que a crônica conta como resultado 'espontâneo' da mudança climática
ocorrendo, mas onde especialistas veem incêndios criminosos na simultaneidade
excepcional, impõem um esforço de compreensão.
Se os lobbies ambientais atribuem com segurança toda a responsabilidade
ao aquecimento do clima global, parece legítimo questionar as "pegadas
humanas" deixadas nos últimos meses sobre as vastas e numerosas cenas do
crime.
E encontramos razões plausíveis há décadas. A disputa sobre
a futilidade de manter a cobertura da floresta intacta tem uma longa tradição.
Um debate que agora está reacendendo, é preciso dizer, em um contexto de
corrida por energia e recursos agrícolas para a dominação global.
Desde a década de 1970 acredita-se que seja plausível a
existência de fabulosos depósitos de hidrocarbonetos subterrâneos em florestas
primárias.
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FT, EU carbon price, 25 feb 2021 ilustração,, Disponìvel em: https://www.ft.com/content/301e9fde-8211-42bf-8bdb-decbc763aacc |
Copernicus Atmosphere
Monitoring Service, Arctic wildlife carbon emissions, 2020, ilustração, Disponìvel
em: https://www.dw.com/en/siberia-heatwave-climate-change/a-54120019 |
Além disso, as florestas são vividas como um limite para o
desenvolvimento por empresários, pois sua presença impede a expansão das terras
agrícolas. Essa é a justificativa que tem movido os ruralistas brasileiros
contra o ambientalismo internacional. Por outro lado, como pode ser visto a
partir de algumas etapas contraditórias do PK que levaram ao mercado de cotas
de CO2, poluir é sinônimo de progresso. Em sua revisão do "finazcapitalismo"[18],
o sociólogo e economista Luciano Gallino explica que o capital 'é' poder: é –
entre outras coisas – o poder de transformar florestas tropicais em madeira
para móveis (GALLINO; 2013, pg 7).
E de fato, de acordo com o Financial Times, um grupo seleto
de operadores financeiros especializados em hedge fund e bancos de
investimento, liderados por Morgan Stanley e Goldman Sachs estão ganhando
fortunas em um setor que até alguns anos atrás era semi-desconhecido, o de
créditos de carbono, precisamente. Os custos, só em 2018, quadruplicaram para
20% de dólar por tonelada, como resultado das mudanças acima mencionadas para a
máquina financeira operar. A introdução do Mecanismo de Reserva de Estabilidade
de Mercado (MSR) para subsídios de carbono que foram introduzidos em 2019 é
crucial. Resumindo, desde 2019 acontece que as empresas que produzem poluição
acima dos subsídios de carbono alocados têm que comprar extras no mercado,
enquanto aquelas que consomem menos, podem vendê-las. Acontece para empresas e
estados. Em um contexto de incêndios fora de controle e florestas inteiras
derrubadas como palitos por ventos excepcionais e sem precedentes na história,
como o caso do Stradivarius nas montanhas venezianas, esses acordos exigem, de
fato, a entrada de novos players no mercado de CO2, um elemento fundamental nas
finanças para que os especuladores que tiveram confiança desde o início no
sistema comecem a ganhar números exponencialmente mais generosos do que aqueles
investidos. Parece um sistema multiníníveis que, em alguns casos, desliza em
direção a um sistema pirâmidal ilegal. Também conhecido como esquema Ponzi, é
considerado ilegal, pois promete um ganho não na venda de produtos reais, mas
na entrada de novos membros que, por sua vez, ganham como os novos
"recrutas" que entram no sistema comprometendo-se com um investimento
inicial. Quanto mais camadas adicionam-se na composição da pirâmide, menor será
a chance de localizar os que ocupam o topo dela e que ganham independentemente
de as mercadorias serem vendidas ou permanecerem em armazéns[19].
E’ o funcionamento de uma economia financeira: "A produção e venda de bens
reais – roupas, móveis, televisores, objetos domésticos – exigem investimentos
preliminares consideráveis e muito tempo antes de poder receber qualquer lucro
– explica o sociólogo e economista Gallino – a compra e venda de instrumentos
financeiros para obter lucro (que neste caso é chamado de ganho de capital)
pode ser feita em um tempo muito curto e não exige nenhum investimento (...). O
número de empresas que (...) preferem seguir o caminho da especulação
financeira de curto prazo em detrimento do investimento na economia real está,
portanto, aumentando". Esses mecanismos podem ganhar milhões de euros em
poucas horas. É a financeição da economia, base da crise iniciada em 2007/2008,
que se caracteriza na venda de bens intangíveis e garante um fluxo contínuo de
dinheiro 'fictício' pois não é gerado por nenhum produto real[20].
Em essência, é um capital fictício baseado simplesmente em
uma aposta sobre a probabilidade de um evento ocorrer no futuro que recompensa
ou pune o comprador dessa segurança. No final do contrato uma parte ganha e a
outra perde. A partir de 2010, o valor nominal dos derivativos desse tipo em
circulação foi de US$ 1,2 trilhão, enquanto o PIB internacional foi inferior a
US$ 60 trilhões, 20 vezes menos do que a riqueza real produzida mundialmente em
um ano[21]
(GALLINO, 2015, pg 38).
A justificativa aceitável para o comércio de carbono é que
orquestrar um enredo que levará o custo dos créditos de carbono a altos níveis
e crescerá, tornará cada vez menos conveniente continuar poluindo. É a
contribuição que a finança diz que quer fazer para a política, incapaz de se
regular.
Os bancos too big to fail como Morgan Stanley, Goldman
Sachs e JP Morgan, diz o FT, estão apostando na onda desse interesse renovado
no mercado de CO2, o que provavelmente significará mais aumentos de preços. O
interesse é tão forte que eles estão contratando novos gênios das finanças
criativas para dar um salto no mercado.
"A crise climática provocada pelo ser humano -
comenta, por outro lado, o estrategista político Darwall - não é sobre o clima:
tem a ver e sempre teve a ver com a energia" (PILON, 2018). Assim, o imperativo que impulsiona o combate
às mudanças climáticas causadas pelas emissões de carbono devido às atividades
humanas, movido pelo Complexo Militar Industrial através do complexo climático
industrial secreto e poderoso, resultado do dinheiro americano e das ideias
europeias, legitimou o acúmulo de grandes fortunas. Fundamental, ao longo das
décadas, a criação de imagens apocalípticas: da chuva ácida até o inverno
nuclear para alcançar às mudanças climáticas. O que não mudou foram os interesses
dos bilionários da Costa Oeste e das fundações filantrópicas engajadas nos
negócios faustosos onde não só os investidores ganham, mas todo um grupo de
acadêmicos, órgãos não governamentais reconhecidos pelas Nações Unidas,
corporações privadas e para-governamentais e, claro, pela mídia[22].
Em essência, o fato de que o verdadeiro objetivo não é um
mundo mais limpo, mas o lucro, é demonstrado pelo fato de que, nos anos após
2008, a crise econômica havia reduzido a produção e, portanto, as emissões de
carbono, com o resultado de que muitas empresas se encontravam com um excedente
de créditos por não poluir. E isso reduziu o custo das emissões por tonelada
até 3euros. As recentes regras estabelecidas pela Comunidade Europeia
garantiram que o mercado voltasse a trabalhar lucrativamente para os atores na
mesa verde das finanças globais[23].
O filósofo e historiador da tecnologia Mumford mudou, ao
longo dos anos, sua abordagem para a crença original de que a tecnologia pode
ser orientada para o bem-estar social. O "mito da máquina" assume
implicações perturbadoras. Para Mumford,
há agora uma aliança duvidosa entre o determinismo científico e o controle
autoritário que ameaça a existência humana. O progresso técnico-científico
desenvolveu-se de forma descontrolada, empreendendo direções selecionadas
orientadas para a brutal conquista da terra e da natureza. Em seu trabalho
dedicado ao "Pentágono do Poder", ele descreve os 5 principais
componentes do sistema: o poder no sentido do uso da energia, em particular a energia
atômica que deu ao Estado uma arma de dimensões faraônicas; o poder
político apoiado pelas armas; a produtividade no interesse do lucro; a
propaganda a través da qual a elite ganha autoridade e credibilidade. O
objetivo final do sistema é a autoprodução e a autoevolução e para isso é
disfarçado de "progresso" (MUMFORD, 1973).
A serviço desse absolutismo do complexo
militar/ultra-financeiro, governos, bancos, laboratórios, mas também escolas,
ou seja, lugares, pessoas responsáveis por criar informações e plasmar cidadãos
que deveriam ser capazes de entender e desmantelar os mecanismos que nos
aprisionam em recintos invisíveis[24].
Nesse sentido, a questão não é mais criar valor, mas extrair
valor, manipulando taxas de juros, impondo artificialmente um alto preço,
impedindo sistemas operacionais concorrentes. É assim que opera a megamáquina do
capital ligado à energia em larga escala. Opera dessa forma graças ao
"sistema bancocêntrico", aquela imensa rede financeira corporativa,
as holdings, que simultaneamente controlam tanto bancos quanto seguradoras.
Eles operam em todos os campos, vendem qualquer produto - mesmo que irreal -
como dívida e risco, têm milhares de intermediários especializados em fazer e
vender a investidores institucionais e órgãos públicos títulos extremamente
complicados dos quais apenas alguns conhecem os segredos; bilhões são
negociados em derivativos fora das bolsas de valores e grande parte de suas
atividades são claramente não detectáveis, mesmo para os especialistas mais
desleais, e é por isso que estamos falando de finanças de sombras. Os
investidores institucionais, para Gallino, desempenham um papel focal:
gerenciam números estratosféricos: mais de 60 trilhões de dólares, igual ao PIB
mundial de 2009 e usam fundos de pensão, fundos de seguros e fundos mútuos
especulativos, ou hedge funds[25]
(GALLINO, 2013). O poder dos investidores financeiros é tal que nenhuma
corporação ou governo pode escapar de suas demandas. "Tal sucesso não se
deve a uma economia que, com suas inovações, sobrecarregou a política - diz
Gallino - mas a uma política que identificou seus fins com os da economia
financeira, trabalhando por todos os meios para sua ascensão. Dessa forma, a
política abdicou de sua tarefa histórica de incivilização, de governar a
economia, para a convivência humana. Mas, conclui, não se limitou a isso.
Ajudou a transformar o ‘finanzcapitalismo’ no sistema político dominante do
mundo, capaz de unificar civilizações pré-existentes em um único mundo
civilizatório e, ao mesmo tempo, privar o processo democrático de substância e
significado"[26].
É à luz deste quadro que o Goldman Sachs detém agora o
maior mercado de carbono junto com o Morgan Stanley e o JP Morgan, que, no
entanto, preferiram não comentar. Eles pagaram pelo pioneirismo dos primeiros
anos com uma "curva de aprendizado", mas hoje o balanço é claramente
positivo. O objetivo é aumentar até +30% de dólares por tonelada de CO2.
Entre os clientes mais entusiasmados estão especialistas em
hedge funds baseados em energia. Uma vez que o potencial desse mercado foi
compreendido, entendeu-se que os preços tinham que subir. Um dos fundos que
mais se beneficiou foi o Norte, que no final de agosto, quando os incêndios já
haviam ocorrido na Sibéria e na Amazônia, obteve um aumento de 35,8% em relação
aos US$ 500 milhões investidos - o dobro do ano anterior.
O Northlander Commodities Advisors é um fundo britânico com
fortes laços com os EUA. Foi co-fundada por Harry Arora da Enron[27].
Os fundos de hedge terminaram 2019 com receita de centenas de milhões de
dólares apostando nas mudanças climáticas. Os preços subiram desde março e isso
tem atraído hedge funds e especuladores que tentam obter ganhos mais altos com
a retenção de créditos antes de transferi-los para um usuário final. Nesta
área, as empresas Goldman Sachs e Morgan Stanley estão entre as que fazem os
maiores ganhos em Wall Street, enquanto sistemas de cibersegurança escassos ou
inexistentes tornaram os sistemas de comércio de carbono o alvo preferido dos
hackers[28].
A descoberta dessas novas oportunidades de receita não é de importância
secundária: nos últimos anos, alguns fundos históricos bem-sucedidos, como
cobre e petróleo, foram fechados após o mercado cair 65% em junho de 2014[29].
Parece hipócrita que os detentores desses fundos, tendo
ganhado dinheiro por décadas jogando em matérias-primas altamente poluentes que
são prejudiciais aos direitos humanos e à soberania de muitos países, devem nos
dizer - agora que não estão ganhando com esses fundos - que o setor energético
mudará graças aos inventos financeiros mais modernos e que isso será bom para o
planeta.
Também porque, em setembro de 2018, o Carbon Disclosure
Project introduziu um novo índice criado pela Euronext que é o primeiro do
gênero e que baseia sua seleção no
comportamento das empresas sobre os três principais desafios ambientais:
mudanças climáticas, desmatamento e escassez de água. O índice, Euronext
CDP Environment Finance, é licenciado exclusivamente para o Goldman Sachs, como
base para produtos estruturados à venda no mercado interbancário na França[30].
O CDP ou Carbon Disclosure Project é uma organização
internacional sem fins lucrativos fundada em 2000 por Paul Dickinson. Consiste
em um grupo de CDP chamado Worldwide Group e um segundo CDP chamado North
America Inc. O CDP é liderado por um Conselho de Curadores e um Conselho de
Administração e, enquanto organização internacional, recebe apoio financeiro por
várias fontes. Também possui escritórios
localizados em 50 países. O objetivo é a disseminação global de informações
autodenominadas que permitiriam aos estados, regiões e cidades medir seu
impacto no meio ambiente. O CDP representa mais de 600 investidores com US$ 90
trilhões, bem como mais de 100 órgãos compradores com a disponibilidade de gastar trilhões. "Esses investidores e compradores querem
saber que as empresas com as quais estão lidando não gastam dinheiro", diz
Dickinson, "então o CDP questiona os dados fornecidos, mostra se as
empresas estão levando a sério a eficiência energética e se estão investindo na
redução das emissões de gases de efeito estufa, economizando dinheiro ou se
estão desperdiçando e não abordando essa importante questão"[31].
Certamente uma forma de obter informações e dados confidenciais úteis para a
criação de novos índices financeiros.
Por exemplo, em março de 2018, o Finance Watch e o think
tank Z/Y lançaram o Global Green Finance Index ou GGFI. É um índice que
classifica as praças de acordo com o grau de "percepção de qualidade"
e o nível de ofertas financeiras "verdes". A partir do terceiro
Relatório publicado em 27 de março de 2019, parece que Amsterdã, Zurique,
Copenhague tem os melhores rankings. Entre os critérios está o desinvestimento
dos combustíveis fósseis. O GGFI é publicado a cada seis meses e classifica os
centros financeiros globais de acordo com a qualidade e a disseminação das
ofertas no campo das "finanças verdes". Embora não haja uma ligação
clara entre a reputação financeira "verde" e suas atividades
relacionadas ao carbono, alguns centros financeiros são considerados mais
expostos ao risco devido ao maior nível de exposição do que os combustíveis
fósseis e isso ocorre porque a futura deflação da "bolha de carbono"
é esperada.
O fato é que, como mencionado acima, nenhuma política de
desinvestimento gradual foi implementada globalmente até o momento, e muitos
setores dependem de combustíveis fósseis: desde plásticos, cosméticos, até
transporte. E isso poderia levar a uma reação econômica e política. Mas, de
acordo com analistas que lidam com essas práticas financeiras, a menos que o
custo do carbono atinja os 50 dólares por tonelada de CO2, não se apresentam
questões políticas de forma problemática[32].
O fato é que aqueles que estão no topo das finanças globais
estão levando a questão das mudanças climáticas muito a sério. De fato, em
julho de 2019, o Goldman Sachs formou um grupo focado em "finanças
sustentáveis". O CEO David Solomon
deu ao projeto uma prioridade significativa e de longo prazo voltada para o
crescimento estratégico e competitivo da empresa e dos clientes envolvidos no
que entrará para a história como ESG, governança ambiental, social e
corporativa.
Os arquitetos do capitalismo financeiro entenderam como o
dispositivo funciona e estão começando a ganhar. Os Princípios do Green Bond
(GBP), os Princípios de Títulos Sociais (SBPs) e as Diretrizes de Vínculos de
Sustentabilidade (SBG), conhecidos como Princípios, tornaram-se o marco global
para a emissão de vínculos verdes, sociais e sustentáveis. O ICMA, Associação
Internacional do Mercado de Capitais, possui funções secretariais e
administrativas para clientes e bancos que assinam contratos[33].
Em essência, os títulos verdes são instrumentos de dívida que permitem aos
investidores investir em projetos sustentáveis, como energia renovável,
prevenção da poluição e eficiência energética. Da mesma forma, os laços sociais
são projetos que devem ter um impacto social positivo. Exemplos de vínculos
sociais são a criação de moradias acessíveis ou acesso a serviços básicos, como
saúde ou educação, mas também a infraestrutura que fornece necessidades
básicas, como água potável. A combinação de projetos sociais e verdes é
conhecida como sustainability bond.
A Irlanda foi o primeiro país a emitir Títulos Verdes
Soberanos ou Sovereign Greeen Bond. Dessa forma, aqueles que emitem títulos no
mercado podem alcançar investidores que de outra forma não estariam dispostos a
investir. Na década entre 2018 e 2027, a Irlanda planeja gastar € 23 bilhões em
projetos verdes com o objetivo de reduzir as emissões de CO2 em 80% até 2050 em
comparação com os níveis de 1990. Para financiar atividades que possam atingir
esses objetivos, a Irlanda, em 10 de outubro de 2018, estabeleceu um Sovereign
Green Bond Framework que terá a função de gerenciar águas potável, águas
residuais, transporte, recursos naturais, uso da terra, energias renováveis,
eficiência energética e obras de adaptação às mudanças climáticas. A iniciativa
atendeu com forte interesse do mercado, atraindo 170 investidores e empurrando
os títulos para 12 anos para uma despesa de 11 bilhões de euros. O projeto foi
liderado pelo Danske Bank[34].
Em 24 de setembro de 2019, os avanços na indústria de
comércio de carbono também convenceram a IHS Markit a entrar em campo com a
criação de seu primeiro índice global de carbono, permitindo que os
investidores ganhem exposição aos mercados de crédito de carbono dos EUA e da
Europa[35].
O Índice Global de Carbono IHS Markit combina o desempenho dos três mercados
mais líquidos do mundo para futures de crédito de carbono: o programa de
subsídio da União Europeia, o regime de Subsídio de Carbono da Califórnia e a
Iniciativa Regional de Gases de Efeito Estufa nos Estados Unidos.
A IHS Markit é uma equipe de inteligência que reúne mais de
5.000 analistas, data scientists, especialistas financeiros e especialistas com
experiência em setores emergentes e importantes em finanças, energia e
transporte: "Somos capazes de isolar causa e efeito, risco e oportunidade
de novas maneiras que permitam aos nossos clientes tomar decisões bem
informadas com maior segurança", informa o site dedicado à 'The New
Intelligence’'[36].
O índice não altera este sistema, pelo contrário globaliza
o setor ainda mais: as autoridades emitem créditos de carbono para empresas que
lidam com indústria pesada e produção de energia. A explicação aceitável tem,
mais uma vez, a ver com o controle global da poluição. As empresas podem
comprar mais créditos e vender excedentes no mercado secundário. Um crédito de
carbono equivale a uma tonelada de dióxido de carbono que o titular do crédito
pode emitir. A IHS Markit foca na rentabilidade do índice: "Um investidor
que comprou em 1º de janeiro de 2018 agora desfrutaria de um aumento de cerca
de 133%, superando os mercados globais de ações. O preço de um crédito negociado
através do sistema da UE, que é o primeiro e maior sistema de comércio de
carbono do mundo, subiu de cerca de € 5 por crédito em 2013 para quase € 30 em
julho, em grande parte devido a extensas medidas regulatórias e uma redução
incremental dos créditos disponíveis. Desde então, voltou para cerca de €26.
Outros mercados de negociação de carbono terão acesso ao índice IHS Markit,
desde que cumpram um "hard asset test", onde10 milhões de dólares em
créditos são negociados mensalmente”[37]. É claro que o crescimento exponencial do
mercado é esperado especialmente com a entrada da China ou de outros mercados
como o México e, em geral, a América Latina, que estão considerando criar seus
próprios índices no sistema de comércio de carbono. Goldman trabalha com fundos
de hedge asiáticos em particular desde 2009 e é um dos pontos fortes da
estratégia do gigante de Wall Street. A abertura dos mercados chineses
movimentou quantias significativas e mais ou menos 500 investidores, gerentes e
outros participantes do mercado se reuniram no 20º simpósio anual do Fundo de
Hedge da Ásia em Tóquio. Os fundos de hedge asiáticos são gerenciados pelo
Goldman por Padideh Raphael e há apenas dois anos administraram US$ 10 bilhões
em ativos. Hoje, essa herança subiu a patamares vertiginosos: estamos falando
de 330 bilhões, um crescimento de 80% em 5 anos com uma rápida evolução, mesmo
nas estratégias para as quais começaram a investir com sucesso em todo o mundo.
Um quadrado que pode apresentar riscos devido a movimentos e mecanismos geopolíticos,
mas isso não subtrai o otimismo sobre a tendência de expansão da troca de
crédito de carbono. Por outro lado, os
mercados, diz Goldman, agora são capazes de realizar projetos de longo prazo e
assumir qualquer tipo de risco[38].
O mesmo também é a visão da Bloomberg, que relata uma pesquisa do Goldman
mostrando que os fundos de hedge asiáticos têm uma taxa de sobrevivência maior
na Ásia do que nos Estados Unidos[39].
Uma fabulosa rodada
de dinheiro. A partir de 2018, o Banco Mundial calculou que o mercado total de
crédito de carbono atingiu 82 bilhões de dólares graças também às mudanças
regulatórias introduzidas. É claro que a troca de cotas é influenciada, em
certa medida, pelo risco político. Por exemplo, a falta de orientação precisa
sobre o Brexit levou os especuladores a aumentar as apostas de que o preço do
carbono cairia. Mas o crescimento do mercado deixa amplo espaço para otimismo
entre aqueles que gerenciam o mercado de comércio de carbono[40].
Trata-se de um acordo sem precedentes que gera lucros
exorbitantes baseados não na produção real de matéria-prima e produtos
acabados, mas na troca de embalagens.
Seria interessante entender onde essas holdings, todas interconectadas,
que possuem um oligopólio ao mesmo tempo nas áreas de informação, estratégia
militar e tecnologia, finanças e capacidade técnica e tecnológica voltadas para
as mudanças climáticas, vêem a concorrência (MADARO, 2021).
Segundo o sociólogo e economista Luciano Gallino, há uma
desproporção entre as informações disponíveis ao pequeno e médio investidor e
aquela detida pelas instituições financeiras: "(...) a informação em si é
manipulada em todas as direções por muitos atores: empresas listadas, bancos,
grandes fundos de investimento, atores financeiros sombra, agências de
avaliação. Dezenas de relatórios documentados (...) incompletos, opacos ou
fraudulentos – explica Gallino – se você olhar para os instrumentos financeiros
mais complexos, como derivativos estruturados, a ideia de que o investidor
compra ou vende com base em informações razoavelmente bem fundamentadas que ele
tomou posse é totalmente sem sentido: os únicos que compreendem a forma como
tais ferramentas funcionam (ou melhor, devem funcionar) são os matemáticos ou
físicos que as projetaram. Mesmo os executivos do banco não entendem sua
estrutura e, em qualquer caso, levariam meses para coletar informações sobre um
deles, já que contêm milhares de outros títulos"[41]
(GALLINO, 2013, pg 92). Também não é de pouca consideração que aqueles que
investem nesses títulos, não tens apenas a intenção de ganhar com dividendos,
mas esperam que o próprio valor dos títulos aumente. O fato de outros
compradores serem adicionados aumenta o valor dos títulos. Pelo menos até o
mercado entrar em colapso novamente. Enquanto isso, apenas o 40% dos títulos
são tratados publicamente. Os índices do mercado de ações são baseados em
movimentos que são trocados publicamente. Mas os 60% restantes são contratados
em dark pool, as plataformas reservadas às quais têm acesso apenas poucos eleitos
ou diretamente grandes clientes (para ficar no tema da 'bala de prata') com o
intermediário de um banco. Para Gallino, esta é uma forma real de governo que,
embora não intencionalmente, tem o efeito de corroer o processo democrático
normal: os mercados não são discutidos e, portanto, as indicações que mostram,
não devem ser objeto de debate público. Nesse contexto, os parlamentos são
reduzidos ao status de "elementos decorativos". Para muitos
observadores, este seria um verdadeiro golpe de Estado pelo sistema financeiro
contra a soberania dos Estados[42]
(GALLINO, 2013, pg 93).
Isso não é apenas uma questão para especialistas globais em
cassinos. E sobre isso – e sobre o que nos é devido - é um indicativo do que
John Goldman, chefe do grupo de finanças sustentáveis do Goldman, diz no Market
Insider: "No final do dia, as pessoas querem ganhar dinheiro. Por exemplo,
fundos de pensão: em 20 ou 30 anos, as pessoas vão querer esse dinheiro de
volta, mas a mudança climática levanta uma questão: as pessoas vão receber esse
dinheiro de volta? E como o fundo será afetado?"[43].
Para responder à pergunta, Goldman publicou recentemente um
relatório, uma análise do impacto das mudanças climáticas[44].
As previsões, feitas pelo Goldman Sachs em colaboração com as Nações Unidas, a
NASA, o GDEM[45],
são terríveis e Goldman acha que é apropriado planejar em termos de risco –
ainda a palavra mágica, o risco – e o
crescimento da economia de clientes em um contexto de mudança política ou
natural: os desastres podem ser uma oportunidade para grandes investidores
através do financiamento da adaptação urbana às mudanças climáticas. Um desafio
excepcional para a escala da novidade. Espera-se que o aquecimento global
redesenhe todo o planeta. As tempestades cada vez mais frequentes e
destrutivas, o derretimento das geleiras e do permafrost, a liberação de
quantidades crescentes de CO2 na atmosfera, o aumento do nível do mar,
certamente levarão a uma revolução nos sistemas agrícolas, ao risco de fome
devido à redução da disponibilidade de alimentos e suprimentos de água e à
disseminação de doenças tropicais para áreas do mundo onde as populações têm
menos imunidade e que resultam de vírus, mas também de água e alimentos. O
desafio afetará particularmente as cidades como é nos contextos urbanos que
cerca de 55% da população mundial vive (4,2 bilhões de pessoas) e até 2050 elas
chegarão a 2/3 e são as cidades que produzem 80% do PIB global e consomem 75%
dos recursos naturais do mundo, cerca de 40% da população vive a menos de 100
km do mar e um em cada 10 em áreas que sobem acima de 10 metros acima do nível
do mar. Assim pode-se dizer que as cidades serão o epicentro da mudança.
A urbanização progressiva dos grandes centros exigiria,
segundo o relatório, amplo investimento em apoio ao planejamento de proteção
costeira, construção de casas 'resilientes', infraestrutura mais forte,
abastecimento de água, gestão de ciclos de resíduos. Espera-se que os números
sejam de tais proporções que teremos que ir além dos impostos e recorrer aos
fundos do governo central – fundos soberanos – mas também de parcerias
público-privadas, investidores institucionais, fundos de seguros e, para
economias em transição, instituições financeiras internacionais. É claro que as
leis e regulamentos terão que se adaptar e acomodar a emergência, mostrando a
máxima flexibilidade. Sinônimo ou não de Robin Hood? Por outro lado, o
pagamento do risco deve ser compartilhado, se os possíveis benefícios podem ser
compartilhados: é o lado obscuro do capitalismo participativo. Entre as cidades
mais vulneráveis, de acordo com Goldman, Nova York, Tóquio e Lagos, mas também
Miami, Alexandria, Dhaka, Bangladesh e Xangai: ninguém está salvo.
Infelizmente, observa o relatório, nem todas as cidades são iguais: algumas se
desenvolveram muito rapidamente em países com economias em transição, são
densamente povoadas e representam grandes desafios em relação à adaptação às
mudanças climáticas, até porque nem todas têm os recursos necessários ou
métodos de tributação adequados para se basear.
De qualquer forma, segundo Goldman, tanto nas economias
desenvolvidas quanto em países com economias em transição, o sistema de seguros
desempenha um papel fundamental na precificação do risco, desencorajando o
risco moral. De fato, mesmo as cidades mais prósperas poderiam abordar a
questão moral da justiça ao decidir como alocar recursos limitados. Nesse
cenário, tudo poderia ser um "ponto de defesa": pontes, rodovias ou
túneis.
A título de exemplo, quanto ao virtuosismo na colaboração
público-privada, Goldman relata o caso da China. Em 2017, anunciou o início de
um projeto, a Nova Área Xiong'an, destinada a realocar a população e algumas
funções não governamentais fora de Pequim. O projeto inclui a criação de áreas
verdes para reforçar a biodiversidade e o fornecimento de um teto para a
densidade populacional.
A experiência diz aos especialistas que os mercados são
impulsionados pelos comportamentos humanos que constituem um importante elemento
de espera para grandes investidores emfunção de impulsos de baixo para cima em
direção aos objetivos lucrativos do capitalismo ultra-financeiro: "Eventos
climáticos e ambientais convenceram o público e os formuladores de políticas de
que o aquecimento global não é um risco, mas uma realidade", diz o
JPMorgan em nota de maio, especificando que os retornos não podem ser
sacrificados. Outras pesquisas esperam que se a temperatura subir 4 graus
Farenheit, o PIB dos EUA cairá até o 2%[46]
(KAHN, 2019).
Assim, o risco de "eventos idiossincráticos" enquanto
oportunidade e em perfeita oposição ao que o estrategista financeiro do JP
Morgan, Michael Cembalest, chama de"Armageddonist", aqueles gestores
de dinheiro e economistas como Soros, Krugman e Icahn, que continuam a criar
cenários catastróficos alimentando temores de recessão – e, portanto,
continuando a puxar água para a arriscada fábrica de negócios. Cembalest e sua equipe estudaram o efeito
desses comentários catastróficos sobre investidores e mercados, observando uma
perda de oportunidade para investidores que decidiram transferir dinheiro para
ações menos arriscadas após uma "saída" de armagheddonistas na mídia[47].
Muito melhor focar em títulos a serem rotulados de "verdes" ou
"sustentáveis" para atrair alguns investidores. Sobre este Goldman
relata o estudo de caso de alguns municípios dos EUA que emitiram títulos
municipais a fim de financiar projetos para adaptar a infraestrutura mais
importante. Por exemplo, o Miami Forever Bond é um programa aprovado de US$ 200
milhões em 2017 para investir nas consequências de enchentes e tempestades de
água. No ano seguinte, o furacão Harvey levou os eleitores de Houston a votar
para financiar US$ 2,5 bilhões em títulos para gastar em mais de 200 projetos
de controle de enchentes. Em 2018, São Francisco aprovou um título de US$ 425
milhões a ser apoiado com um aumento nos impostos sobre a propriedade, em parte
para financiar a restauração do Embarcadero Seawall, construído ao redor do
Porto de São Francisco há mais de 100 anos, mas sem os padrões antissísmicos
atuais. E, finalmente, a Water and Sewer Aurhority em Washington DC, lançou um environmental
impact bond de impacto ambiental de US$ 25 milhões em 2016 para financiar
instalações que previnem os efeitos nocivos das inundações e da tempestade de água.
O vínculo inclui uma cláusula que prevê a partilha de riscos sociais caso os
projetos não atinjam determinadas metas.
Os Países Baixos, por outro lado, destinaram 2,3 bilhões de
euros de fundos públicos para uma série de 30 projetos que foram alocados ao
longo de 12 anos. Desde 2007, sob a palavra "Room for the river", foram
criadas condições para deixar espaço para o alargamento dos rios durante
eventos extremos, subtraindo espaço das terras agrícolas.
A imagem que vem deste relatório é, em essência, a de um
cockpit que continua a encontrar uma maneira de obter lucro no colapso total. A
mensagem básica é que não há limites: desde a mudança de cidades inteiras até a
resiliência de todos os tipos de infraestrutura, aeroportos, pontes, estradas
de conexão. O mundo já está percebendo o que significa isolamento e interrupção
da produtividade, e já fica mais maleável sobre a noção de que fundos
soberanos, fundos de pensão e poupança cidadã devem ser usados para
reconstruir.
Por outro lado, diante da inevitabilidade e
imprevisibilidade de alguns cenários, a incerteza, segundo Goldman, só pode
elevar o custo da resiliência. No final do dia, já está bastante claro que as
cidades precisam se adaptar a eventos adversos gerados pelas mudanças
climáticas por meio de projetos de infraestrutura de longo alcance. A questão
não é mais "se", nem "quando" começar: é agora e rápido. A
evidência está diante dos olhos de todos e tem seu próprio "Cassandre".
É o projeto de infraestrutura mais importante da história: desde o repensar das
áreas agrícolas e produtivas até a imunização de cidadãos sob cerco de doenças
tropicais à gestão do excesso ou falha dos recursos hídricos. Existem muitos
campos de ação e aplicação.
O conceito é que os efeitos adversos das mudanças
climáticas certamente podem afetar aqueles que ocupam as posições básicas da
cadeia alimentar social, mas aqueles com longa experiência na gestão das
finanças globais, já previram como tornar o portfólio de clientes mais exigente
rentável, aproveitando o poço sem fundo (ou quase) do dinheiro público global.
As fontes potenciais de financiamento para a adaptação
urbana à magnitude das mudanças climáticas são:
O setor público: sejam impostos, títulos municipais ou
fundos fornecidos pelos governos centrais também por meio da intervenção direta
dos governos visando o lançamento de projetos e estratégias para o
aprimoramento do território
O setor privado: títulos 'verdes', empréstimos bancários
comerciais, investimento direto de atores institucionais em particular aqueles
que operam em ativos de longo prazo
A parceria público-privada (PPP) e as iniciativas de
financiamento privado (PFI): aqui insistem
sobre a oportunidade de recorrer aos fundos de pensão, aos recursos a
serem doados ao setor saúde e aos das seguradoras.
Instituições financeiras internacionais, como o Banco
Mundial e bancos de desenvolvimento regional para países em desenvolvimento
Seguro: eles podem ser revistos a fim de reduzir o risco
moral e incentivar projetos inovadores de adaptação
Há dois limites: tempo e eficiência. Os governos, diz o
relatório, muitas vezes têm capacidades limitadas na avaliação de riscos e no
desenvolvimento e implementação de projetos complexos de infraestrutura. Isso
desestimula o setor financeiro privado, que precisa de garantias de acesso a
fundos de desastres mesmo diante de situações de risco político. É claro que as
instituições financeiras internacionais (IFIs) poderão desempenhar um papel
fundamental e oferecer assistência técnica na criação de estruturas financeiras
para a realização de projetos públicos/privados, onde o setor privado possa se
sentir confiante de que pode facilmente acessar o crédito. Em algumas áreas do
mundo, segundo o relatório, a apólice deve tornar o seguro contra enchentes e
desastres obrigatório como medida preventiva. Além disso, podem ser
considerados produtos de seguros inovadores, como os para o cultivo. As
finanças criativas sugerem fortemente a necessidade de se concentrar na criação
de infraestruturas suaves, ou seja, o corpo financeiro e a legislação que
permite ao 'capital interno’ acessar ao mercado.
Trata-se de uma questão que, no final das contas, não deve
levar a complicações. Precedentes importantes estabeleceram as bases para o que
alguns observadores descrevem como um golpe de Estado. Em 1992, por ocasião do
Tratado da União Europeia e em 2007 com o Tratado de Lisboa, que gradualmente
privou os Estados da possibilidade de criar dinheiro, privando assim os Estados
de uma importante prerrogativa de soberania nacional. Desde 2010, outros
documentos importantes foram ratificados sobre a redeterminação dos pactos
salariais e trabalhistas ou a revisão dos sistemas de pensão ou de seguros. Na
Itália, a alternância de governos de cores diferentes não impediu em nenhum
momento esse processo de corroer os direitos mais básicos pertencentes a cada
povo soberano, se pensarmos em termos de democracia e não de plutocracia
ultra-financeira. Por outro lado, a hipótese de que um golpe de Estado ocorreu
se espalhou desde 2009, após o início da crise, quando ficou claro para muitos
o resultado político e econômico dos tratados ratificados e a impossibilidade
de atender às necessidades de bem-estar e proteção social, a ponto de os
governantes que transportaram países europeus na direção desse sistema , foram
retratados como os úteis a serviço das finanças. No entanto, a ciência do que
tem sido feito em detrimento de populações inteiras, a insistência na
inevitabilidade da austeridade para lidar com uma crise que tem sido provocada
de propósito, sugere que os chefes de Estado europeus, nos últimos anos,
atuando como administradores de falências de seus respectivos países, têm, de
fato, cuidado dos interesses das classes dominantes como parte dela. O ataque
aos 27 países da União não é de importância secundária à plutocracia
ultra-financeira. A UE garante aos seus cidadãos sistemas públicos de proteção
social que são incomparáveis no mundo. Entre tributação, fundos de pensão e
contribuições estamos falando de um valor de mais ou menos 3.800 bilhões de
euros por ano, 25% do PIB da UE. Assim, o objetivo do golpe de Estado dos
bancos e governos não teria nada a ver simplesmente com o desejo de estabelecer
um império no que diz respeito à intenção de privatizar a gestão deste
orçamento colossal. É por isso que a saúde pública, a seguridade social, o
apoio à renda das pessoas em desemprego ou pobreza têm sido há alguns anos
rebaixados dos direitos constitucionais invioláveis para luxos e desperdício de
países gastadores e que, como tal, devem ser eliminados. Assim, a austeridade
como meio, mais do que um fim, orientada para a busca do projeto de apropriação
da poupança das pessoas comuns através da mercantilização da proteção social. É
evidente que a erosão progressiva dos direitos básicos leva à exasperação de
partes cada vez mais importantes da base social. Não são apenas os estratos
mais pobres e educacionais, mas também a classe média, ou seja, os
trabalhadores do serviço público. Há uma clara contradição entre aqueles que
gostariam de culpar as classes baixa e média sob a acusação de terem vivido
além de seus meios por muitos anos, causando a crise atual. Contradição, foi
dito, porque se as coisas estivessem realmente dessa forma, então não haveria o
fenômeno da relação inversamente proporcional entre a erosão do poder
aquisitivo dos cidadãos comuns e o aumento exponencial da remuneração
astronômica dada aos gestores de empresas financeiras falidas[48]
(GALLINO, 2013, pg. 202).
O "golpe" tem uma história. Foi precedido há
cerca de um século, em 1910, nos Estados Unidos pela Lei da Reserva Federal. Os
bankster - uma contração entre banqueiros e gângsteres - dos Morgans e
Rockefellers pressionaram pela aprovação de uma lei federal transferindo o
direito de imprimir dinheiro diretamente aos bancos. A tentativa foi descrita
com desprezo como "inadmissível" especialmente pelos democratas. Mas
três anos depois, em 1913, como resultado de um esforço de lobby paciente capaz
de trazer à presidência o que, entretanto, havia se tornado o campeão democrata
de Morgan – Woodrow Wilson – passa, com algum maquillage, a lei, escrita de
forma obscura e incompreensível, segundo a qual a moeda seria emitida pelo
governo como um título, uma dívida. Os verdadeiros ativistas da Reserva Federal
desde então eram os bancos e não o Estado. Nestes 100 anos, os dois primeiros
bancos aos quais o Fed pertence ainda pertencem a Morgan e Rockefeller, ou
seja, JP Morgan Chase e Citigroup, e depois de um século de prática, durante a
crise deflagrada em 2008, eles permaneceram em conformidade com a regra de
ouro: privatizar lucros, socializar perdas. Provavelmente, quando a gente pensa
nos eventos históricos que caracterizaram o século passado, seria apropriado
reconsiderar as responsabilidades. Um sistema que hoje também pertence ao BCE
de Mario Draghi que concedeu empréstimos colossais aos bancos mais
endividados a uma taxa de 1% enquanto as
pequenas e médias empresas afundaram sem poder ter a oportunidade de continuar
produzindo e gerando riqueza devido ao jogo de aposta dos banqueiros[49].
São os bancos e não os estados que emitem dinheiro. Segundo o físico e
economista Maurice Allais, a atual criação de dinheiro do nada pelo sistema
bancário é semelhante à criação do dinheiro dos falsificadores. A única
diferença está em quem lucra com isso[50].
Banksters, justamente (CIARROCCA; 2013, pg.117).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para limitar seu poder sem controle, precisamos de uma
intervenção política firme e de uma
maior conciencia social. A dependência do jogo de grandes famílias de
banqueiros não tem interesse em parar essa patologia, que leva à continuação da
aplicação de modelos emprestados das ciências físicas e matemáticas à economia,
inventando produtos financeiros cada vez mais complexos, poucos dos quais
incluem natureza e evolução. No entanto, é precisamente na fonte da economia
mainstream que gerações de economistas têm regado. Universidades, escolas de
ensino médio, grandes empresas, organizações internacionais como o Banco
Mundial, organizam suas estratégias[51]
confiando no que se tornou uma religião real.
Isso, para muitos analistas, tem sido uma consequência da
progressiva cooptação da estupidez ou má
fé[52].
O economista Schumpeter elaborando o pensamento do filósofo
Marx averte já no sèculo passado a virada do capitalismo no socialismo e a
importância do papel desempenhado pelo ambientalismo na perene destruição
criativa que caracteriza a luta pela sobrevivência dos privilegios acumulados
por os capitalistas mais capazes (DARWALL, 2017; PG43).
Tudo o que resta é contar com os anticorpos da democracia,
os povos, que através da cidadania ativa, defendem seus direitos contra as
agressões do capitalismo ultra-financeiro e seus adeptos.
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[1]Mestre em Políticas internacionais para a proteção do meio ambiente global, Università della Tuscia, Italia.
chiaramadaro.76@gmail.com.
[2] Rockefeller Foundation, Center
Residency Program, disponivel em: https://www.rockefellerfoundation.org/our-work/bellagio-center/residency-program/
[3] Luciano Gallino, ‘Il denaro, il
debito e la doppia crisi’, pg. 43, Ed Einaudi, 2015
[4] GLOBAL MONITORING LABORATORY, Earth
System Research, Mauna Loa Baseline Laboratory, diponivel em: https://www.esrl.noaa.gov/gmd/obop/mlo/
[5] VAISALA, Vaisala Carbocap
Technology for demanding environments, Vaisala,
Disponìvel em https://www.vaisala.com/en/vaisala-carbocapr-technology
-
[6] SWICKRATH
M.J., ANDERSON M., Application of Commercial Non-Dispersive Infrared
Spectroscopy Sensors for Sub-ambient Carbon Dioxide Detection, NASA Johnson Space Center, Houston;
Summer McMillin,Engineering and Science Contract Group - Jacobs Technology,
Houston; Craig Broerman, Engineering and Science Contract Group - Hamilton
Sundstrand, Houston, Disponìvel
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[7] KOLB T., “Carbon Dioxide and Methane
Fluxes in Disturbed Southwestern Ponderosa Pine Forests”, 24 abr 2017, https://carbon.nasa.gov/cgi-bin/inv_pgp.pl?pgid=235&format=1
[8] IETA,
International Emission Trading Association, “ The EU’s Emission Trading
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[9]MARKET
INSIDER, “CO2 European Emission Allowances”, Disponivel em: https://markets.businessinsider.com/commodities/co2-european-emission-allowances.
[10] NOOR R.,
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febbraio 2019. In: https://climate.mit.edu/myth-carbon-pricing
[11]
EUROPEAN COMMISSION, Revisione per la fase 4 (2021-2030), Disponivel em:
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[12] IL FATTO QUOTIDIANO, Siberia in
fiamme, Greenpeace: “Brucia un’area grande come la Grecia”. Ignorati 295
incendi: “Spegnerli costa troppo”, FQ, 6 ag 2019, Disponivel em:
[13] BALMFORTH
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https://www.reuters.com/article/us-russia-wildfires/russia-says-siberian-wildfires-started-on-purpose-by-illegal-loggers-idUSKCN1UW1WY
[14] RODRIGUES S., O eco, Dia do
fogo” foi promovido por grupo no whatsapp chamado SERTÃO, O eco, 27 ag 2019, Disponìvel em: https://www.oeco.org.br/blogs/salada-verde/dia-do-fogo-foi-promovido-pelo-grupo-no-whatsapp-chamado-sertao/
[15] REVISTAFORUM, Amazônia em
chamas: Ruralistas combinaram “dia do fogo” no Whatsapp por apoio a Bolsonaro,
Revista Forum, 25 ag 2019, Disponìvel em: https://revistaforum.com.br/politica/bolsonaro/amazonia-em-chamas-ruralistas-combinaram-dia-do-fogo-por-whatsapp-por-apoio-a-bolsonaro/
[16] IL FATTO QUOTIDIANO, Africa in
Congo e Angola va in fiamme la seconda foresta pluviale più grande del mondo:
oltre 10mila incendi in una settimana, FQ,
28 agosto 2019, Disponìvel em: https://www.ilfattoquotidiano.it/2019/08/28/congo-e-angola-in-fiamme-la-seconda-foresta-pluviale-piu-grande-del-mondo-oltre-10mila-incendi-in-una-settimana/5414684/
[17] AL JAZEERA, Australia bushfires
combine to form ‘mega fire’ north of Sydney, 9.12.2019 por: Center for Eurasian
Studies, Disponìvel em https://avim.org.tr/en/Bulten/AUSTRALIA-BUSHFIRES-COMBINE-TO-FORM-MEGA-FIRE-NORTH-OF-SYDNEY do original https://www.aljazeera.com/news/2019/12/australia-bushfires-combine-form-mega-fire-north-sydney-191206074513633.html
atualmente não disponivel no WWW
[18] GALLINO L., ‘Finanzcapitalismo.
La civiltà del denaro in crisi’, pg 7, Ed. Einaudi, 2013
[19] ADDONA C., Herbalife: marketing
multilivello o sistema piramidale?, Jus
in itinere 12.5.2018 aggiornato 15.11.2018, Disponìvel em: https://www.iusinitinere.it/herbalife-marketing-multilivello-o-sistema-piramidale-10176
[20] GALLINO L., ‘Il denaro, il
debito e la doppia crisi’, Ed Einaudi, 2015
[21]GALLINO L, ‘Il denaro, il debito
e la doppia crisi’, pg 38, Ed Einaudi, 2015
[22] GERAN
PILON J. (2018) Green Tyranny: Exposing the Totalitarian Roots of the Climate
Industrial Complex, Israel Journal of Foreign Affairs, 12:2, 299-302, DOI: 10.1080/23739770.2018.1507075
[23]GALLINO L, ‘Finanzcapitalismo. La
civiltà del denaro in crisi’, Ed. Einaudi, 2013
[24]HOLTON
G., ‘The pentagon of Power’, New York Times, 13 dicembre 1970. In: https://www.nytimes.com/1970/12/13/archives/the-pentagon-science-as-a-monstrosity-scientists-as-monsters-a-view.html
[25] GALLINO L, ‘Finanzcapitalismo.
La civiltà del denaro in crisi’, pg 12, Ed. Einaudi, 2013
[26] GALLINO L, ‘Finanzcapitalismo.
La civiltà del denaro in crisi’, pg 12, Ed. Einaudi, 2013
[27] GANDEL S., ‘Hedge funds are
making millions off Europe’s killer heat waves’, 20 agosto 2019, in: https://www.cbsnews.com/news/hedge-funds-millions-europe-killer-heat-waves-climate-change/
[28] GANDEL S., ‘Hedge funds are
making millions off Europe’s killer heat waves’, 20 agosto 2019, in: https://www.cbsnews.com/news/hedge-funds-millions-europe-killer-heat-waves-climate-change/
[29] KEIDAN M.,
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[30] Environmental market opportunities. Market making in environmental
commodities
[31] FRANGOUL A., “How a not-for-profit charity is helping Apple, Goldman
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[32] SHEPPARD
DAVID, “Hedge funds and Wall St banks cash in on carbon market’s revival”,
Financial Times , set 2018, in: https://www.ft.com/content/6e60b6ec-b10b-11e8-99ca-68cf89602132
[33] INTERNATIONAL
CAPITAL MARKET ASSOCIATION, ‘Sustainable finance, Icma, Disponìvel
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[34] DANSKE BANK, ‘Ireland issues
first Sovereign Green Bond’, Danske Bank,
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[35]ASGARI
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in: https://www.ft.com/content/ffbde23a-deb0-11e9-b112-9624ec9edc59
[36] IHS
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[37] ASGARI N.,
“IHS Markit launches global carbon index “, Financial Times, 25 set 2019. In: https://www.ft.com/content/ffbde23a-deb0-11e9-b112-9624ec9edc59
[38]
Goldman Sachs, ‘Asia’s Fluorishing Hedge fund industry’, 11 nov 2019. Em: https://www.goldmansachs.com/insights/pages/from_briefings_11-Nov-2019.html
[39] BEI HU,
‘New Hedge funds survive better in Asia than the U.S.’, 10 out 2019, in: https://www.bloomberg.com/news/articles/2019-10-10/new-hedge-funds-survive-better-in-asia-than-u-s-goldman-sachs
[40]ASGARI
N., “IHS Markit launches global carbon index “, Financial Times, 25 set 2019. In: https://www.ft.com/content/ffbde23a-deb0-11e9-b112-9624ec9edc59
[41] GALLINO L., “Il colpo di stato
di banche e governi. L’attacco alla democrazia in Europa”, pg.92-93, Ed.
Einaudi, Torino, 2013
[42] GALLINO L., “Il colpo di stato
di banche e governi. L’attacco alla democrazia in Europa”, pg.92-93, Ed.
Einaudi, Torino, 2013
[43] KHAN Y., “Here's
why JPMorgan and Goldman Sachs say 2019 is the year climate change is at the
top of investors' minds”, Business Insider, 12 out 2019. Em: https://www.businessinsider.com/goldman-sachs-ubs-jpmorgan-say-2019-is-the-year-for-climate-change-2019-10?IR=T
[44] GOLDMAN
SACHS, “Taking the Heat. Making cities resilient to climate change”, set 2019,
In: https://www.goldmansachs.com/insights/pages/gs-research/taking-the-heat/report.pdf
[45] ASTER GDEM, Global Digital Elevation Map
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https://ssl.jspacesystems.or.jp/ersdac/GDEM/ver2Validation/Summary_GDEM2_validation_report_final.pdf
[46] KHAN Y.,
“Here's why JPMorgan and Goldman Sachs say 2019 is the year climate change is
at the top of investors' minds”, Business Insider, 12 ottobre 2019. In: https://www.businessinsider.com/goldman-sachs-ubs-jpmorgan-say-2019-is-the-year-for-climate-change-2019-10?IR=T
[47]KHAN
Y, “JPMorgan's top strategist called out Icahn, Soros and other
'Armageddonists' who fuel recession fears”, 14 novembre 2019. In: https://www.businessinsider.com.au/jpmorgan-michael-cembalest-armageddonists-fuel-recession-and-bear-markets-2019-11
[48] GALLINO L., “Il colpo di stato
di banche e governi. L’attacco alla democrazia in Europa”, pg. 192 – 202 - 204,
Ed. Einaudi, Torino, 2013
[49] CIARROCCA L., “I padroni del
mondo. Come la cupola della finanza mondiale decide il destino dei governi e
delle popolazioni”, pg. 224, Ed. Chiarelettere, 2013
[50] CIARROCCA L., “I padroni del
mondo. Come la cupola della finanza mondiale decide il destino dei governi e
delle popolazioni”, pg. 117, Ed. Chiarelettere, 2013
[51] Luciano Gallino,
‘Finanzcapitalismo. La civiltà del denaro in crisi’, pg 87, Ed Einaudi, 2011
[52] Luciano Gallino, ‘Il denaro, il
debito e la doppia crisi’, pg 8, Ed. Einaudi, 2015