Translate

sabato 20 novembre 2021

Il senso dei bankster per il carbonio

 



https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/39324/pdf

 

O SENTIDO DOS BANKSTER PARA O CARBONO


INTRODUÇÃO

 

A negação da ligação entre poluição e mudanças climáticas faz parte de um antigo debate entre cientistas e política. Mas para entender as raízes da questão não é possível transcender de alguns lugares e personagens pertencentes à esfera do patrocínio e da finança global.

Bellagio, por exemplo, perto do Lago Como, onde o Bellagio Center da Fundação Rockefeller está ativo desde 1959, um lugar onde trocar ideias e propor atividades que influenciam o mundo e dedicadas a políticos, acadêmicos, artistas de todas as latitudes[2]. Esse lugar têm sido foco de iniciativas voltadas para a Revolução Verde e  é precisamente entre esses morros que duas oficinas influentes sobre gases de efeito estufa ocorreram em 1987, com a presença de um grupo selecionado de personagens que historicamente se engajam no caminho da compreensão e da ação político-financeira sobre o tema das mudanças climáticas de origem antropogênica que começaram na década anterior e que levarão aos principais eventos ambientais da história.   Não sem contradições.

"No que diz respeito ao meio ambiente, florestas e terras aráveis, águas montanhosas e rios, praias e mares têm sido objeto tanto de exploração industrial quanto de atividades financeiras há séculos. Mas ainda não tinha acontecido que a poluição do ar e a crise ecológica se tornassem objeto de uma poderosa atividade financeira, formalmente destinada a reduzi-las com o resultado final de ajudar a agravá-los"[3], diz o sociólogo e economista Gallino, citando a Chicago Climate Exchange, a maior bolsa de valores do mundo para o comércio de certificados de emissão de CO2.

Fundada em 2003, hoje movimenta 680 milhões de toneladas de carbono e, desde então, gerou centenas de fundos e empresas especializadas na troca de compensação de carbon offset, ou compensação de carbono (GALLINO, 2015, pg43).

            Isso levou a um esforço para medir e localizar exatamente as emissões de gases de efeito estufa. O propósito deste estudo consiste na deconstrução do tema das políticas globais para a redução dos gases a afeito estufa através de uma lógica sistémica e tentando evidenciar os interesses financeiros interconexos que gravitam ao redor da produção de CO2 utilizando fontes de informação Osint.

 

O MERCADO DE CARBONO.

 

            As primeiras medições de dióxido de carbono na atmosfera foram coletadas pelo cientista americano Charles D. Keeling em 1985 no Observatório Mauna Loa[4], no Havaí. A estação havaiana, à qual foram adicionadas as de Barrow no Alasca, a da Samoa Americana e a do Polo Sul na Antártida, faz parte da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), do Laboratório de Pesquisa do Sistema Terrestre (ESRL) e da Divisão Global de Monitoramento (GMD) (NOAA, 2020). Ao longo do tempo, os pesquisadores desenvolveram detectores capazes de determinar com alto grau de precisão as emissões de gases que mudam o clima causados por qualquer atividade humana ou fenômeno natural: desde a construção de uma grande represa até a queima de uma porção de floresta, do fracking aos aterros sanitários, é possível documentar em tempo real e precisamente quanta poluição é produzida. Uma ferramenta indispensável hoje é um sensor lançado no mercado pela primeira vez em 1997 e que, através de um filtro, o Interferômetro Fabry-Perot (FPI), mede os níveis de CO2 em ambos os percentuais e PPM (peças por milhão)[5]. Um dispositivo que mereceu uma colaboração com a NASA[6] e se materializou através do Projeto Kolb, por seu atuador, Thomas Kolb, da Universidade do Arizona. O projeto teve como objetivo testar os fluxos de dióxido de carbono e metano nas extensões da floresta de pinheiros do sul do Colorado e durou de 2004 a 2008. Existem três tipos de floresta estudada: uma área não tratada, não recentemente desmatada ou recentemente destruída, uma área controlada e afinada poucos meses antes do início das pesquisas e com ações de restauração e uma terceira área seriamente afetada por um incêndio ocorrido em 1996[7].

 





NOAA, The NOAA Annual Greenhouse Gas Index (AGGI), 2020, ilustração,, Disponìvel em: https://www.esrl.noaa.gov/gmd/aggi/ 

            As medições visavam estudar os fluxos de CO2 entre terra e atmosfera nas diversas proporções e comparar os resultados entre as diferentes áreas, avaliar as influências com fatores climáticos e meteorológicos, avaliar a influência do manejo florestal e dos incêndios florestais (KOLB, 2017).

            Outro centro de coleta de dados é Mongabay, fundado em 1999, pouco antes da ruptura diplomática ocorrer durante a COP-6 em sumidouros de carbono. O criador foi o economista Rhett Ayers Butler com o objetivo de aumentar o interesse nas selvas e analisar tendências e fenômenos locais e globais através das lentes oferecidas pelas novas tecnologias. Depois dos Estados Unidos, Mongabay também abriu escritórios na Indonésia, América Latina e Índia graças ao financiamento de organizações filantrópicas como a Fundação Ford e  a Fundação John D. e Catherine T. MacArthur.  

            Hoje, o mercado financeiro europeu no comércio de emissões é o maior do mundo e está prestes a crescer. Lançado em 2005, após uma fase piloto inicial, abrange 12.000 instalações de detecção de emissões em 30 países e cobre o  41% das emissões europeias de CO2. Os setores envolvidos são as fábricas de energia, combustão, refinarias, fornos industriais, fábricas de produção de ferro e alumínio, cimento, vidro, cal, tijolos e cerâmica.

            A fase inicial foi acompanhada pela alocação de um preço de carbono e pela mudança na cultura industrial das corporações muito rapidamente. Cerca de 200 milhões de toneladas de CO2, 3% do total, foram cobertas apenas na primeira fase do projeto. Um padrão que tem crescido muito rapidamente causando um problema de super alocação nos mercados. Isso tornou necessário fazer ajustes com os bancos. É o caso desde 2008, no início da Fase II e no ano da crise econômica gerada pelos bancos "too big to fail". Um "momento" que, como será visto abaixo, marcou um ponto crítico de virada no mercado de carbono e impôs mais repensar a ajustes que visavam lucrar mais do que reduzir o GEE. Atualmente acabamos de sair da Terceira Fase, que ocupa o período entre 2013 e 2020. As ações são adquiridas diretamente por empresas com ações excedentes através de um intermediário financeiro ou de uma bolsa de valores. Cada nação tem um plano de alocação de cotas que estabelece de forma independente e é aprovado pela Comissão Europeia que supervisiona as emissões[8].

            Ao longo dos anos, o valor do Crédito de Carbono caiu para 3 euros, depois subiu: hoje o direito de poluir custa cerca de 25 euros por tonelada de CO2 e está constantemente aumentando[9].

 







European Emission Allowances Price, 2019-2020, Valor dos preços de CO2 em 16.12.2019 e 2.21.2020  ilustração,, Disponìvel em: https://markets.businessinsider.com/commodities/co2-european-emission-allowances

 

            O resultado dessa cumulação regulatória resultou em um aumento vertical das emissões de gases de efeito estufa (GEE). O sistema permitiu que os países industrializados compensassem o excesso de emissões em relação aos limites das usinas de capitalização e comércio – embalando e vendendo subsídios de carbono – comprando emissões baratas de outra pessoa ou investindo em atividades "sustentáveis". Isso, de fato, impediu que as indústrias pesadas mais poluentes realmente investissem na redução das emissões de CO2: optamos pela mera realocação de emissões e poluição para o planeta. O resultado dessa "ficção científica" foi calculado em 2012, ano em que o GEE deveria ser reduzido em 5%, pelo menos, em comparação com os níveis de 1990, o ano 0 previsto no Protocolo de Quioto. Em 2012, no entanto, houve um aumento de 149% nas concentrações de carbono na atmosfera. Uma tendência marcadamente negativa em comparação com as intenções para as quais o PK nasceu e para a qual o especialista do MIT Riasat Noor define o sistema de preços de carbono como a "bala de prata" para a ação contra as mudanças climáticas. É nesta óbvia falha que a Enron e a Goldman Sachs desenvolvem um mecanismo de precificação para o mercado de carbono, justificando a iniciativa como um impedimento às emissões[10]. E se o ponto é tornar mais barato poluir, então para os arquitetos do sistema de financeirização do carbono, é preciso avançar até um rápido crescimento dos preços (NOOR, 2019).

            O foco no ano 2008 parece importante: a crise obrigou muitas empresas a fechar ou limitar a produção e, portanto, produzir menos emissões, criando assim as condições para um excedente de créditos para vender. É o aumento da oferta que levou a uma queda nos preços. Por isso, a UE teve de se proteger e, para a Fase 4 (2021-2030), revisou as regras no início de 2018, a fim de aumentar o efeito raridade, reduzir as cotas em 2,2% por ano e manter o custo do CO2 elevado mesmo em tempos de crise[11].

            Certamente, a escala dos incêndios violentos – atribuídos às rápidas mudanças climáticas – que destruíram milhares de hectares de florestas ao redor do mundo em questão de semanas e meses desde julho de 2019 marcaram um ponto de virada no raciocínio sobre créditos e dívidas de CO2.

            Na Sibéria, 8 milhões de hectares de floresta desfizeram-se em fumo em lugares onde o permafrost, o gelo perene, reina[12]. Gelo fervente, deve-se dizer: 295 incêndios indomáveis queimaram a maior floresta da Eurásia por semanas. Difícil e perigoso apagar as chamas, tal a extraordinariedade do evento. Um desastre que começou em julho de 2019 e para o qual é caculada não só a produção de CO2 (apenas nos primeiros 10 dias do incêndio, quando 4,3 milhões de hectares de floresta tinham foram destruídos, foi calculada uma liberação de dióxido de carbono na atmosfera equivalentes à de 36 milhões de carros em um ano[13]), mas também o albedo reduzido, ou seja, a capacidade reflexiva das geleiras, sobre as quais o carbono negro foi depositado, a fuligem produzida pela carbonização da matéria orgânica que mais atrai os raios solares e contribui para o aquecimento atmosférico.

            O fenômeno teve um precedente no verão de 2016, mesmo sendo de menor intensidade. Os incêndios se originaram em grande parte por estradas que passavam pelas florestas atingidas. A suspeita de que a causa seja decorrente de atividades madeireiras ilegais são o foco da investigação.

            Em agosto, também eclodiram incêndios na Amazônia Brasileira - 12 milhões de hectares de florestas queimadas. Aqui, também, a promotoria investigou. Interessante neste caso é a reclamação sobre a existência de um grupo WhatsApp que parece ter dado à luz ao 'Dia do Fogo', nos dias do incêndio. É um grupo de 246 membros dos quais pelo menos 70 teriam iniciado incêndios[14] [15]. No final de agosto, Congo e Angola também viram mais de 10 mil incêndios só em uma semana, 27 mil hectares de floresta tropical em fumaça. Estima-se que armazenará 115 bilhões de toneladas de CO2 equivalentes às emissões de combustíveis fósseis produzidas pelos Estados Unidos ao longo de 12 anos[16]. Se pensa em incêndios criminosos. Em setembro, é a vez da Indonésia. O boletim fala mais ou menos de 328 mil hectares.



Em novembro, os incêndios fora de controle, que prosseguiram por semanas, atacaram a Austrália. Estamos falando aqui de dois milhões de hectares afetados[17].






É surpreendente, nesta lista, a velocidade de eventos devastadores em sucessão, quase todos os meses. A natureza extraordinária dos fenômenos, a quantidade de incêndios que a crônica conta como resultado 'espontâneo' da mudança climática ocorrendo, mas onde especialistas veem incêndios criminosos na simultaneidade excepcional, impõem um esforço de compreensão.  Se os lobbies ambientais atribuem com segurança toda a responsabilidade ao aquecimento do clima global, parece legítimo questionar as "pegadas humanas" deixadas nos últimos meses sobre as vastas e numerosas cenas do crime.

E encontramos razões plausíveis há décadas. A disputa sobre a futilidade de manter a cobertura da floresta intacta tem uma longa tradição. Um debate que agora está reacendendo, é preciso dizer, em um contexto de corrida por energia e recursos agrícolas para a dominação global. 

Desde a década de 1970 acredita-se que seja plausível a existência de fabulosos depósitos de hidrocarbonetos subterrâneos em florestas primárias.

 



FT, EU carbon price, 25 feb 2021 ilustração,, Disponìvel em: https://www.ft.com/content/301e9fde-8211-42bf-8bdb-decbc763aacc










Copernicus Atmosphere Monitoring Service, Arctic wildlife carbon emissions, 2020, ilustração, Disponìvel em: https://www.dw.com/en/siberia-heatwave-climate-change/a-54120019

 

Além disso, as florestas são vividas como um limite para o desenvolvimento por empresários, pois sua presença impede a expansão das terras agrícolas. Essa é a justificativa que tem movido os ruralistas brasileiros contra o ambientalismo internacional. Por outro lado, como pode ser visto a partir de algumas etapas contraditórias do PK que levaram ao mercado de cotas de CO2, poluir é sinônimo de progresso. Em sua revisão do "finazcapitalismo"[18], o sociólogo e economista Luciano Gallino explica que o capital 'é' poder: é – entre outras coisas – o poder de transformar florestas tropicais em madeira para móveis (GALLINO; 2013, pg 7).

E de fato, de acordo com o Financial Times, um grupo seleto de operadores financeiros especializados em hedge fund e bancos de investimento, liderados por Morgan Stanley e Goldman Sachs estão ganhando fortunas em um setor que até alguns anos atrás era semi-desconhecido, o de créditos de carbono, precisamente. Os custos, só em 2018, quadruplicaram para 20% de dólar por tonelada, como resultado das mudanças acima mencionadas para a máquina financeira operar. A introdução do Mecanismo de Reserva de Estabilidade de Mercado (MSR) para subsídios de carbono que foram introduzidos em 2019 é crucial. Resumindo, desde 2019 acontece que as empresas que produzem poluição acima dos subsídios de carbono alocados têm que comprar extras no mercado, enquanto aquelas que consomem menos, podem vendê-las. Acontece para empresas e estados. Em um contexto de incêndios fora de controle e florestas inteiras derrubadas como palitos por ventos excepcionais e sem precedentes na história, como o caso do Stradivarius nas montanhas venezianas, esses acordos exigem, de fato, a entrada de novos players no mercado de CO2, um elemento fundamental nas finanças para que os especuladores que tiveram confiança desde o início no sistema comecem a ganhar números exponencialmente mais generosos do que aqueles investidos. Parece um sistema multiníníveis que, em alguns casos, desliza em direção a um sistema pirâmidal ilegal. Também conhecido como esquema Ponzi, é considerado ilegal, pois promete um ganho não na venda de produtos reais, mas na entrada de novos membros que, por sua vez, ganham como os novos "recrutas" que entram no sistema comprometendo-se com um investimento inicial. Quanto mais camadas adicionam-se na composição da pirâmide, menor será a chance de localizar os que ocupam o topo dela e que ganham independentemente de as mercadorias serem vendidas ou permanecerem em armazéns[19]. E’ o funcionamento de uma economia financeira: "A produção e venda de bens reais – roupas, móveis, televisores, objetos domésticos – exigem investimentos preliminares consideráveis e muito tempo antes de poder receber qualquer lucro – explica o sociólogo e economista Gallino – a compra e venda de instrumentos financeiros para obter lucro (que neste caso é chamado de ganho de capital) pode ser feita em um tempo muito curto e não exige nenhum investimento (...). O número de empresas que (...) preferem seguir o caminho da especulação financeira de curto prazo em detrimento do investimento na economia real está, portanto, aumentando". Esses mecanismos podem ganhar milhões de euros em poucas horas. É a financeição da economia, base da crise iniciada em 2007/2008, que se caracteriza na venda de bens intangíveis e garante um fluxo contínuo de dinheiro 'fictício' pois não é gerado por nenhum produto real[20].



Em essência, é um capital fictício baseado simplesmente em uma aposta sobre a probabilidade de um evento ocorrer no futuro que recompensa ou pune o comprador dessa segurança. No final do contrato uma parte ganha e a outra perde. A partir de 2010, o valor nominal dos derivativos desse tipo em circulação foi de US$ 1,2 trilhão, enquanto o PIB internacional foi inferior a US$ 60 trilhões, 20 vezes menos do que a riqueza real produzida mundialmente em um ano[21] (GALLINO, 2015, pg 38).

A justificativa aceitável para o comércio de carbono é que orquestrar um enredo que levará o custo dos créditos de carbono a altos níveis e crescerá, tornará cada vez menos conveniente continuar poluindo. É a contribuição que a finança diz que quer fazer para a política, incapaz de se regular.

Os bancos too big to fail como Morgan Stanley, Goldman Sachs e JP Morgan, diz o FT, estão apostando na onda desse interesse renovado no mercado de CO2, o que provavelmente significará mais aumentos de preços. O interesse é tão forte que eles estão contratando novos gênios das finanças criativas para dar um salto no mercado.

"A crise climática provocada pelo ser humano - comenta, por outro lado, o estrategista político Darwall - não é sobre o clima: tem a ver e sempre teve a ver com a energia" (PILON, 2018).  Assim, o imperativo que impulsiona o combate às mudanças climáticas causadas pelas emissões de carbono devido às atividades humanas, movido pelo Complexo Militar Industrial através do complexo climático industrial secreto e poderoso, resultado do dinheiro americano e das ideias europeias, legitimou o acúmulo de grandes fortunas. Fundamental, ao longo das décadas, a criação de imagens apocalípticas: da chuva ácida até o inverno nuclear para alcançar às mudanças climáticas. O que não mudou foram os interesses dos bilionários da Costa Oeste e das fundações filantrópicas engajadas nos negócios faustosos onde não só os investidores ganham, mas todo um grupo de acadêmicos, órgãos não governamentais reconhecidos pelas Nações Unidas, corporações privadas e para-governamentais e, claro, pela mídia[22].

Em essência, o fato de que o verdadeiro objetivo não é um mundo mais limpo, mas o lucro, é demonstrado pelo fato de que, nos anos após 2008, a crise econômica havia reduzido a produção e, portanto, as emissões de carbono, com o resultado de que muitas empresas se encontravam com um excedente de créditos por não poluir. E isso reduziu o custo das emissões por tonelada até 3euros. As recentes regras estabelecidas pela Comunidade Europeia garantiram que o mercado voltasse a trabalhar lucrativamente para os atores na mesa verde das finanças globais[23].

O filósofo e historiador da tecnologia Mumford mudou, ao longo dos anos, sua abordagem para a crença original de que a tecnologia pode ser orientada para o bem-estar social. O "mito da máquina" assume implicações perturbadoras.  Para Mumford, há agora uma aliança duvidosa entre o determinismo científico e o controle autoritário que ameaça a existência humana. O progresso técnico-científico desenvolveu-se de forma descontrolada, empreendendo direções selecionadas orientadas para a brutal conquista da terra e da natureza. Em seu trabalho dedicado ao "Pentágono do Poder", ele descreve os 5 principais componentes do sistema: o poder no sentido do uso da energia, em particular a energia atômica que deu ao Estado uma arma de dimensões faraônicas; o poder político apoiado pelas armas; a produtividade no interesse do lucro; a propaganda a través da qual a elite ganha autoridade e credibilidade. O objetivo final do sistema é a autoprodução e a autoevolução e para isso é disfarçado de "progresso" (MUMFORD, 1973).

A serviço desse absolutismo do complexo militar/ultra-financeiro, governos, bancos, laboratórios, mas também escolas, ou seja, lugares, pessoas responsáveis por criar informações e plasmar cidadãos que deveriam ser capazes de entender e desmantelar os mecanismos que nos aprisionam em recintos invisíveis[24].

Nesse sentido, a questão não é mais criar valor, mas extrair valor, manipulando taxas de juros, impondo artificialmente um alto preço, impedindo sistemas operacionais concorrentes. É assim que opera a megamáquina do capital ligado à energia em larga escala. Opera dessa forma graças ao "sistema bancocêntrico", aquela imensa rede financeira corporativa, as holdings, que simultaneamente controlam tanto bancos quanto seguradoras. Eles operam em todos os campos, vendem qualquer produto - mesmo que irreal - como dívida e risco, têm milhares de intermediários especializados em fazer e vender a investidores institucionais e órgãos públicos títulos extremamente complicados dos quais apenas alguns conhecem os segredos; bilhões são negociados em derivativos fora das bolsas de valores e grande parte de suas atividades são claramente não detectáveis, mesmo para os especialistas mais desleais, e é por isso que estamos falando de finanças de sombras. Os investidores institucionais, para Gallino, desempenham um papel focal: gerenciam números estratosféricos: mais de 60 trilhões de dólares, igual ao PIB mundial de 2009 e usam fundos de pensão, fundos de seguros e fundos mútuos especulativos, ou hedge funds[25] (GALLINO, 2013). O poder dos investidores financeiros é tal que nenhuma corporação ou governo pode escapar de suas demandas. "Tal sucesso não se deve a uma economia que, com suas inovações, sobrecarregou a política - diz Gallino - mas a uma política que identificou seus fins com os da economia financeira, trabalhando por todos os meios para sua ascensão. Dessa forma, a política abdicou de sua tarefa histórica de incivilização, de governar a economia, para a convivência humana. Mas, conclui, não se limitou a isso. Ajudou a transformar o ‘finanzcapitalismo’ no sistema político dominante do mundo, capaz de unificar civilizações pré-existentes em um único mundo civilizatório e, ao mesmo tempo, privar o processo democrático de substância e significado"[26].

É à luz deste quadro que o Goldman Sachs detém agora o maior mercado de carbono junto com o Morgan Stanley e o JP Morgan, que, no entanto, preferiram não comentar. Eles pagaram pelo pioneirismo dos primeiros anos com uma "curva de aprendizado", mas hoje o balanço é claramente positivo. O objetivo é aumentar até +30% de dólares por tonelada de CO2.

Entre os clientes mais entusiasmados estão especialistas em hedge funds baseados em energia. Uma vez que o potencial desse mercado foi compreendido, entendeu-se que os preços tinham que subir. Um dos fundos que mais se beneficiou foi o Norte, que no final de agosto, quando os incêndios já haviam ocorrido na Sibéria e na Amazônia, obteve um aumento de 35,8% em relação aos US$ 500 milhões investidos - o dobro do ano anterior.

O Northlander Commodities Advisors é um fundo britânico com fortes laços com os EUA. Foi co-fundada por Harry Arora da Enron[27]. Os fundos de hedge terminaram 2019 com receita de centenas de milhões de dólares apostando nas mudanças climáticas. Os preços subiram desde março e isso tem atraído hedge funds e especuladores que tentam obter ganhos mais altos com a retenção de créditos antes de transferi-los para um usuário final. Nesta área, as empresas Goldman Sachs e Morgan Stanley estão entre as que fazem os maiores ganhos em Wall Street, enquanto sistemas de cibersegurança escassos ou inexistentes tornaram os sistemas de comércio de carbono o alvo preferido dos hackers[28]. A descoberta dessas novas oportunidades de receita não é de importância secundária: nos últimos anos, alguns fundos históricos bem-sucedidos, como cobre e petróleo, foram fechados após o mercado cair 65% em junho de 2014[29].

Parece hipócrita que os detentores desses fundos, tendo ganhado dinheiro por décadas jogando em matérias-primas altamente poluentes que são prejudiciais aos direitos humanos e à soberania de muitos países, devem nos dizer - agora que não estão ganhando com esses fundos - que o setor energético mudará graças aos inventos financeiros mais modernos e que isso será bom para o planeta.

Também porque, em setembro de 2018, o Carbon Disclosure Project introduziu um novo índice criado pela Euronext que é o primeiro do gênero e que baseia sua seleção  no comportamento das empresas sobre os três principais desafios ambientais: mudanças climáticas, desmatamento e escassez de água. O índice, Euronext CDP Environment Finance, é licenciado exclusivamente para o Goldman Sachs, como base para produtos estruturados à venda no mercado interbancário na França[30].

O CDP ou Carbon Disclosure Project é uma organização internacional sem fins lucrativos fundada em 2000 por Paul Dickinson. Consiste em um grupo de CDP chamado Worldwide Group e um segundo CDP chamado North America Inc. O CDP é liderado por um Conselho de Curadores e um Conselho de Administração e, enquanto organização internacional, recebe apoio financeiro por                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 várias fontes. Também possui escritórios localizados em 50 países. O objetivo é a disseminação global de informações autodenominadas que permitiriam aos estados, regiões e cidades medir seu impacto no meio ambiente. O CDP representa mais de 600 investidores com US$ 90 trilhões, bem como mais de 100 órgãos compradores com  a disponibilidade de gastar trilhões.  "Esses investidores e compradores querem saber que as empresas com as quais estão lidando não gastam dinheiro", diz Dickinson, "então o CDP questiona os dados fornecidos, mostra se as empresas estão levando a sério a eficiência energética e se estão investindo na redução das emissões de gases de efeito estufa, economizando dinheiro ou se estão desperdiçando e não abordando essa importante questão"[31]. Certamente uma forma de obter informações e dados confidenciais úteis para a criação de novos índices financeiros.

Por exemplo, em março de 2018, o Finance Watch e o think tank Z/Y lançaram o Global Green Finance Index ou GGFI. É um índice que classifica as praças de acordo com o grau de "percepção de qualidade" e o nível de ofertas financeiras "verdes". A partir do terceiro Relatório publicado em 27 de março de 2019, parece que Amsterdã, Zurique, Copenhague tem os melhores rankings. Entre os critérios está o desinvestimento dos combustíveis fósseis. O GGFI é publicado a cada seis meses e classifica os centros financeiros globais de acordo com a qualidade e a disseminação das ofertas no campo das "finanças verdes". Embora não haja uma ligação clara entre a reputação financeira "verde" e suas atividades relacionadas ao carbono, alguns centros financeiros são considerados mais expostos ao risco devido ao maior nível de exposição do que os combustíveis fósseis e isso ocorre porque a futura deflação da "bolha de carbono" é esperada.

O fato é que, como mencionado acima, nenhuma política de desinvestimento gradual foi implementada globalmente até o momento, e muitos setores dependem de combustíveis fósseis: desde plásticos, cosméticos, até transporte. E isso poderia levar a uma reação econômica e política. Mas, de acordo com analistas que lidam com essas práticas financeiras, a menos que o custo do carbono atinja os 50 dólares por tonelada de CO2, não se apresentam questões políticas de forma problemática[32].

O fato é que aqueles que estão no topo das finanças globais estão levando a questão das mudanças climáticas muito a sério. De fato, em julho de 2019, o Goldman Sachs formou um grupo focado em "finanças sustentáveis".  O CEO David Solomon deu ao projeto uma prioridade significativa e de longo prazo voltada para o crescimento estratégico e competitivo da empresa e dos clientes envolvidos no que entrará para a história como ESG, governança ambiental, social e corporativa.

Os arquitetos do capitalismo financeiro entenderam como o dispositivo funciona e estão começando a ganhar. Os Princípios do Green Bond (GBP), os Princípios de Títulos Sociais (SBPs) e as Diretrizes de Vínculos de Sustentabilidade (SBG), conhecidos como Princípios, tornaram-se o marco global para a emissão de vínculos verdes, sociais e sustentáveis. O ICMA, Associação Internacional do Mercado de Capitais, possui funções secretariais e administrativas para clientes e bancos que assinam contratos[33]. Em essência, os títulos verdes são instrumentos de dívida que permitem aos investidores investir em projetos sustentáveis, como energia renovável, prevenção da poluição e eficiência energética. Da mesma forma, os laços sociais são projetos que devem ter um impacto social positivo. Exemplos de vínculos sociais são a criação de moradias acessíveis ou acesso a serviços básicos, como saúde ou educação, mas também a infraestrutura que fornece necessidades básicas, como água potável. A combinação de projetos sociais e verdes é conhecida como sustainability bond.

A Irlanda foi o primeiro país a emitir Títulos Verdes Soberanos ou Sovereign Greeen Bond. Dessa forma, aqueles que emitem títulos no mercado podem alcançar investidores que de outra forma não estariam dispostos a investir. Na década entre 2018 e 2027, a Irlanda planeja gastar € 23 bilhões em projetos verdes com o objetivo de reduzir as emissões de CO2 em 80% até 2050 em comparação com os níveis de 1990. Para financiar atividades que possam atingir esses objetivos, a Irlanda, em 10 de outubro de 2018, estabeleceu um Sovereign Green Bond Framework que terá a função de gerenciar águas potável, águas residuais, transporte, recursos naturais, uso da terra, energias renováveis, eficiência energética e obras de adaptação às mudanças climáticas. A iniciativa atendeu com forte interesse do mercado, atraindo 170 investidores e empurrando os títulos para 12 anos para uma despesa de 11 bilhões de euros. O projeto foi liderado pelo Danske Bank[34].

Em 24 de setembro de 2019, os avanços na indústria de comércio de carbono também convenceram a IHS Markit a entrar em campo com a criação de seu primeiro índice global de carbono, permitindo que os investidores ganhem exposição aos mercados de crédito de carbono dos EUA e da Europa[35]. O Índice Global de Carbono IHS Markit combina o desempenho dos três mercados mais líquidos do mundo para futures de crédito de carbono: o programa de subsídio da União Europeia, o regime de Subsídio de Carbono da Califórnia e a Iniciativa Regional de Gases de Efeito Estufa nos Estados Unidos.

A IHS Markit é uma equipe de inteligência que reúne mais de 5.000 analistas, data scientists, especialistas financeiros e especialistas com experiência em setores emergentes e importantes em finanças, energia e transporte: "Somos capazes de isolar causa e efeito, risco e oportunidade de novas maneiras que permitam aos nossos clientes tomar decisões bem informadas com maior segurança", informa o site dedicado à 'The New Intelligence’'[36].

O índice não altera este sistema, pelo contrário globaliza o setor ainda mais: as autoridades emitem créditos de carbono para empresas que lidam com indústria pesada e produção de energia. A explicação aceitável tem, mais uma vez, a ver com o controle global da poluição. As empresas podem comprar mais créditos e vender excedentes no mercado secundário. Um crédito de carbono equivale a uma tonelada de dióxido de carbono que o titular do crédito pode emitir. A IHS Markit foca na rentabilidade do índice: "Um investidor que comprou em 1º de janeiro de 2018 agora desfrutaria de um aumento de cerca de 133%, superando os mercados globais de ações. O preço de um crédito negociado através do sistema da UE, que é o primeiro e maior sistema de comércio de carbono do mundo, subiu de cerca de € 5 por crédito em 2013 para quase € 30 em julho, em grande parte devido a extensas medidas regulatórias e uma redução incremental dos créditos disponíveis. Desde então, voltou para cerca de €26. Outros mercados de negociação de carbono terão acesso ao índice IHS Markit, desde que cumpram um "hard asset test", onde10 milhões de dólares em créditos são negociados mensalmente”[37].  É claro que o crescimento exponencial do mercado é esperado especialmente com a entrada da China ou de outros mercados como o México e, em geral, a América Latina, que estão considerando criar seus próprios índices no sistema de comércio de carbono. Goldman trabalha com fundos de hedge asiáticos em particular desde 2009 e é um dos pontos fortes da estratégia do gigante de Wall Street. A abertura dos mercados chineses movimentou quantias significativas e mais ou menos 500 investidores, gerentes e outros participantes do mercado se reuniram no 20º simpósio anual do Fundo de Hedge da Ásia em Tóquio. Os fundos de hedge asiáticos são gerenciados pelo Goldman por Padideh Raphael e há apenas dois anos administraram US$ 10 bilhões em ativos. Hoje, essa herança subiu a patamares vertiginosos: estamos falando de 330 bilhões, um crescimento de 80% em 5 anos com uma rápida evolução, mesmo nas estratégias para as quais começaram a investir com sucesso em todo o mundo. Um quadrado que pode apresentar riscos devido a movimentos e mecanismos geopolíticos, mas isso não subtrai o otimismo sobre a tendência de expansão da troca de crédito de carbono.  Por outro lado, os mercados, diz Goldman, agora são capazes de realizar projetos de longo prazo e assumir qualquer tipo de risco[38]. O mesmo também é a visão da Bloomberg, que relata uma pesquisa do Goldman mostrando que os fundos de hedge asiáticos têm uma taxa de sobrevivência maior na Ásia do que nos Estados Unidos[39].

 Uma fabulosa rodada de dinheiro. A partir de 2018, o Banco Mundial calculou que o mercado total de crédito de carbono atingiu 82 bilhões de dólares graças também às mudanças regulatórias introduzidas. É claro que a troca de cotas é influenciada, em certa medida, pelo risco político. Por exemplo, a falta de orientação precisa sobre o Brexit levou os especuladores a aumentar as apostas de que o preço do carbono cairia. Mas o crescimento do mercado deixa amplo espaço para otimismo entre aqueles que gerenciam o mercado de comércio de carbono[40].

Trata-se de um acordo sem precedentes que gera lucros exorbitantes baseados não na produção real de matéria-prima e produtos acabados, mas na troca de embalagens.

Seria interessante entender onde essas holdings, todas interconectadas, que possuem um oligopólio ao mesmo tempo nas áreas de informação, estratégia militar e tecnologia, finanças e capacidade técnica e tecnológica voltadas para as mudanças climáticas, vêem a concorrência (MADARO, 2021).

Segundo o sociólogo e economista Luciano Gallino, há uma desproporção entre as informações disponíveis ao pequeno e médio investidor e aquela detida pelas instituições financeiras: "(...) a informação em si é manipulada em todas as direções por muitos atores: empresas listadas, bancos, grandes fundos de investimento, atores financeiros sombra, agências de avaliação. Dezenas de relatórios documentados (...) incompletos, opacos ou fraudulentos – explica Gallino – se você olhar para os instrumentos financeiros mais complexos, como derivativos estruturados, a ideia de que o investidor compra ou vende com base em informações razoavelmente bem fundamentadas que ele tomou posse é totalmente sem sentido: os únicos que compreendem a forma como tais ferramentas funcionam (ou melhor, devem funcionar) são os matemáticos ou físicos que as projetaram. Mesmo os executivos do banco não entendem sua estrutura e, em qualquer caso, levariam meses para coletar informações sobre um deles, já que contêm milhares de outros títulos"[41] (GALLINO, 2013, pg 92). Também não é de pouca consideração que aqueles que investem nesses títulos, não tens apenas a intenção de ganhar com dividendos, mas esperam que o próprio valor dos títulos aumente. O fato de outros compradores serem adicionados aumenta o valor dos títulos. Pelo menos até o mercado entrar em colapso novamente. Enquanto isso, apenas o 40% dos títulos são tratados publicamente. Os índices do mercado de ações são baseados em movimentos que são trocados publicamente. Mas os 60% restantes são contratados em dark pool, as plataformas reservadas às quais têm acesso apenas poucos eleitos ou diretamente grandes clientes (para ficar no tema da 'bala de prata') com o intermediário de um banco. Para Gallino, esta é uma forma real de governo que, embora não intencionalmente, tem o efeito de corroer o processo democrático normal: os mercados não são discutidos e, portanto, as indicações que mostram, não devem ser objeto de debate público. Nesse contexto, os parlamentos são reduzidos ao status de "elementos decorativos". Para muitos observadores, este seria um verdadeiro golpe de Estado pelo sistema financeiro contra a soberania dos Estados[42] (GALLINO, 2013, pg 93).

Isso não é apenas uma questão para especialistas globais em cassinos. E sobre isso – e sobre o que nos é devido - é um indicativo do que John Goldman, chefe do grupo de finanças sustentáveis do Goldman, diz no Market Insider: "No final do dia, as pessoas querem ganhar dinheiro. Por exemplo, fundos de pensão: em 20 ou 30 anos, as pessoas vão querer esse dinheiro de volta, mas a mudança climática levanta uma questão: as pessoas vão receber esse dinheiro de volta? E como o fundo será afetado?"[43].

Para responder à pergunta, Goldman publicou recentemente um relatório, uma análise do impacto das mudanças climáticas[44]. As previsões, feitas pelo Goldman Sachs em colaboração com as Nações Unidas, a NASA, o GDEM[45], são terríveis e Goldman acha que é apropriado planejar em termos de risco – ainda a palavra mágica, o risco  – e o crescimento da economia de clientes em um contexto de mudança política ou natural: os desastres podem ser uma oportunidade para grandes investidores através do financiamento da adaptação urbana às mudanças climáticas. Um desafio excepcional para a escala da novidade. Espera-se que o aquecimento global redesenhe todo o planeta. As tempestades cada vez mais frequentes e destrutivas, o derretimento das geleiras e do permafrost, a liberação de quantidades crescentes de CO2 na atmosfera, o aumento do nível do mar, certamente levarão a uma revolução nos sistemas agrícolas, ao risco de fome devido à redução da disponibilidade de alimentos e suprimentos de água e à disseminação de doenças tropicais para áreas do mundo onde as populações têm menos imunidade e que resultam de vírus, mas também de água e alimentos. O desafio afetará particularmente as cidades como é nos contextos urbanos que cerca de 55% da população mundial vive (4,2 bilhões de pessoas) e até 2050 elas chegarão a 2/3 e são as cidades que produzem 80% do PIB global e consomem 75% dos recursos naturais do mundo, cerca de 40% da população vive a menos de 100 km do mar e um em cada 10 em áreas que sobem acima de 10 metros acima do nível do mar. Assim pode-se dizer que as cidades serão o epicentro da mudança.

A urbanização progressiva dos grandes centros exigiria, segundo o relatório, amplo investimento em apoio ao planejamento de proteção costeira, construção de casas 'resilientes', infraestrutura mais forte, abastecimento de água, gestão de ciclos de resíduos. Espera-se que os números sejam de tais proporções que teremos que ir além dos impostos e recorrer aos fundos do governo central – fundos soberanos – mas também de parcerias público-privadas, investidores institucionais, fundos de seguros e, para economias em transição, instituições financeiras internacionais. É claro que as leis e regulamentos terão que se adaptar e acomodar a emergência, mostrando a máxima flexibilidade. Sinônimo ou não de Robin Hood? Por outro lado, o pagamento do risco deve ser compartilhado, se os possíveis benefícios podem ser compartilhados: é o lado obscuro do capitalismo participativo. Entre as cidades mais vulneráveis, de acordo com Goldman, Nova York, Tóquio e Lagos, mas também Miami, Alexandria, Dhaka, Bangladesh e Xangai: ninguém está salvo. Infelizmente, observa o relatório, nem todas as cidades são iguais: algumas se desenvolveram muito rapidamente em países com economias em transição, são densamente povoadas e representam grandes desafios em relação à adaptação às mudanças climáticas, até porque nem todas têm os recursos necessários ou métodos de tributação adequados para se basear.

De qualquer forma, segundo Goldman, tanto nas economias desenvolvidas quanto em países com economias em transição, o sistema de seguros desempenha um papel fundamental na precificação do risco, desencorajando o risco moral. De fato, mesmo as cidades mais prósperas poderiam abordar a questão moral da justiça ao decidir como alocar recursos limitados. Nesse cenário, tudo poderia ser um "ponto de defesa": pontes, rodovias ou túneis.

A título de exemplo, quanto ao virtuosismo na colaboração público-privada, Goldman relata o caso da China. Em 2017, anunciou o início de um projeto, a Nova Área Xiong'an, destinada a realocar a população e algumas funções não governamentais fora de Pequim. O projeto inclui a criação de áreas verdes para reforçar a biodiversidade e o fornecimento de um teto para a densidade populacional.

A experiência diz aos especialistas que os mercados são impulsionados pelos comportamentos humanos que constituem um importante elemento de espera para grandes investidores emfunção de impulsos de baixo para cima em direção aos objetivos lucrativos do capitalismo ultra-financeiro: "Eventos climáticos e ambientais convenceram o público e os formuladores de políticas de que o aquecimento global não é um risco, mas uma realidade", diz o JPMorgan em nota de maio, especificando que os retornos não podem ser sacrificados. Outras pesquisas esperam que se a temperatura subir 4 graus Farenheit, o PIB dos EUA cairá até o 2%[46] (KAHN, 2019).

Assim, o risco de "eventos idiossincráticos" enquanto oportunidade e em perfeita oposição ao que o estrategista financeiro do JP Morgan, Michael Cembalest, chama de"Armageddonist", aqueles gestores de dinheiro e economistas como Soros, Krugman e Icahn, que continuam a criar cenários catastróficos alimentando temores de recessão – e, portanto, continuando a puxar água para a arriscada fábrica de negócios.  Cembalest e sua equipe estudaram o efeito desses comentários catastróficos sobre investidores e mercados, observando uma perda de oportunidade para investidores que decidiram transferir dinheiro para ações menos arriscadas após uma "saída" de armagheddonistas  na mídia[47]. Muito melhor focar em títulos a serem rotulados de "verdes" ou "sustentáveis" para atrair alguns investidores. Sobre este Goldman relata o estudo de caso de alguns municípios dos EUA que emitiram títulos municipais a fim de financiar projetos para adaptar a infraestrutura mais importante. Por exemplo, o Miami Forever Bond é um programa aprovado de US$ 200 milhões em 2017 para investir nas consequências de enchentes e tempestades de água. No ano seguinte, o furacão Harvey levou os eleitores de Houston a votar para financiar US$ 2,5 bilhões em títulos para gastar em mais de 200 projetos de controle de enchentes. Em 2018, São Francisco aprovou um título de US$ 425 milhões a ser apoiado com um aumento nos impostos sobre a propriedade, em parte para financiar a restauração do Embarcadero Seawall, construído ao redor do Porto de São Francisco há mais de 100 anos, mas sem os padrões antissísmicos atuais. E, finalmente, a Water and Sewer Aurhority em Washington DC, lançou um environmental impact bond de impacto ambiental de US$ 25 milhões em 2016 para financiar instalações que previnem os efeitos nocivos das inundações e da tempestade de água. O vínculo inclui uma cláusula que prevê a partilha de riscos sociais caso os projetos não atinjam determinadas metas.

Os Países Baixos, por outro lado, destinaram 2,3 bilhões de euros de fundos públicos para uma série de 30 projetos que foram alocados ao longo de 12 anos. Desde 2007, sob a palavra "Room for the river", foram criadas condições para deixar espaço para o alargamento dos rios durante eventos extremos, subtraindo espaço das terras agrícolas.

A imagem que vem deste relatório é, em essência, a de um cockpit que continua a encontrar uma maneira de obter lucro no colapso total. A mensagem básica é que não há limites: desde a mudança de cidades inteiras até a resiliência de todos os tipos de infraestrutura, aeroportos, pontes, estradas de conexão. O mundo já está percebendo o que significa isolamento e interrupção da produtividade, e já fica mais maleável sobre a noção de que fundos soberanos, fundos de pensão e poupança cidadã devem ser usados para reconstruir.

Por outro lado, diante da inevitabilidade e imprevisibilidade de alguns cenários, a incerteza, segundo Goldman, só pode elevar o custo da resiliência. No final do dia, já está bastante claro que as cidades precisam se adaptar a eventos adversos gerados pelas mudanças climáticas por meio de projetos de infraestrutura de longo alcance. A questão não é mais "se", nem "quando" começar: é agora e rápido. A evidência está diante dos olhos de todos e tem seu próprio "Cassandre". É o projeto de infraestrutura mais importante da história: desde o repensar das áreas agrícolas e produtivas até a imunização de cidadãos sob cerco de doenças tropicais à gestão do excesso ou falha dos recursos hídricos. Existem muitos campos de ação e aplicação.

O conceito é que os efeitos adversos das mudanças climáticas certamente podem afetar aqueles que ocupam as posições básicas da cadeia alimentar social, mas aqueles com longa experiência na gestão das finanças globais, já previram como tornar o portfólio de clientes mais exigente rentável, aproveitando o poço sem fundo (ou quase) do dinheiro público global.

As fontes potenciais de financiamento para a adaptação urbana à magnitude das mudanças climáticas são:

O setor público: sejam impostos, títulos municipais ou fundos fornecidos pelos governos centrais também por meio da intervenção direta dos governos visando o lançamento de projetos e estratégias para o aprimoramento do território

O setor privado: títulos 'verdes', empréstimos bancários comerciais, investimento direto de atores institucionais em particular aqueles que operam em ativos de longo prazo

A parceria público-privada (PPP) e as iniciativas de financiamento privado (PFI): aqui insistem  sobre a oportunidade de recorrer aos fundos de pensão, aos recursos a serem doados ao setor saúde e aos das seguradoras.

Instituições financeiras internacionais, como o Banco Mundial e bancos de desenvolvimento regional para países em desenvolvimento

Seguro: eles podem ser revistos a fim de reduzir o risco moral e incentivar projetos inovadores de adaptação

Há dois limites: tempo e eficiência. Os governos, diz o relatório, muitas vezes têm capacidades limitadas na avaliação de riscos e no desenvolvimento e implementação de projetos complexos de infraestrutura. Isso desestimula o setor financeiro privado, que precisa de garantias de acesso a fundos de desastres mesmo diante de situações de risco político. É claro que as instituições financeiras internacionais (IFIs) poderão desempenhar um papel fundamental e oferecer assistência técnica na criação de estruturas financeiras para a realização de projetos públicos/privados, onde o setor privado possa se sentir confiante de que pode facilmente acessar o crédito. Em algumas áreas do mundo, segundo o relatório, a apólice deve tornar o seguro contra enchentes e desastres obrigatório como medida preventiva. Além disso, podem ser considerados produtos de seguros inovadores, como os para o cultivo. As finanças criativas sugerem fortemente a necessidade de se concentrar na criação de infraestruturas suaves, ou seja, o corpo financeiro e a legislação que permite ao 'capital interno’ acessar ao mercado.

Trata-se de uma questão que, no final das contas, não deve levar a complicações. Precedentes importantes estabeleceram as bases para o que alguns observadores descrevem como um golpe de Estado. Em 1992, por ocasião do Tratado da União Europeia e em 2007 com o Tratado de Lisboa, que gradualmente privou os Estados da possibilidade de criar dinheiro, privando assim os Estados de uma importante prerrogativa de soberania nacional. Desde 2010, outros documentos importantes foram ratificados sobre a redeterminação dos pactos salariais e trabalhistas ou a revisão dos sistemas de pensão ou de seguros. Na Itália, a alternância de governos de cores diferentes não impediu em nenhum momento esse processo de corroer os direitos mais básicos pertencentes a cada povo soberano, se pensarmos em termos de democracia e não de plutocracia ultra-financeira. Por outro lado, a hipótese de que um golpe de Estado ocorreu se espalhou desde 2009, após o início da crise, quando ficou claro para muitos o resultado político e econômico dos tratados ratificados e a impossibilidade de atender às necessidades de bem-estar e proteção social, a ponto de os governantes que transportaram países europeus na direção desse sistema , foram retratados como os úteis a serviço das finanças. No entanto, a ciência do que tem sido feito em detrimento de populações inteiras, a insistência na inevitabilidade da austeridade para lidar com uma crise que tem sido provocada de propósito, sugere que os chefes de Estado europeus, nos últimos anos, atuando como administradores de falências de seus respectivos países, têm, de fato, cuidado dos interesses das classes dominantes como parte dela. O ataque aos 27 países da União não é de importância secundária à plutocracia ultra-financeira. A UE garante aos seus cidadãos sistemas públicos de proteção social que são incomparáveis no mundo. Entre tributação, fundos de pensão e contribuições estamos falando de um valor de mais ou menos 3.800 bilhões de euros por ano, 25% do PIB da UE. Assim, o objetivo do golpe de Estado dos bancos e governos não teria nada a ver simplesmente com o desejo de estabelecer um império no que diz respeito à intenção de privatizar a gestão deste orçamento colossal. É por isso que a saúde pública, a seguridade social, o apoio à renda das pessoas em desemprego ou pobreza têm sido há alguns anos rebaixados dos direitos constitucionais invioláveis para luxos e desperdício de países gastadores e que, como tal, devem ser eliminados. Assim, a austeridade como meio, mais do que um fim, orientada para a busca do projeto de apropriação da poupança das pessoas comuns através da mercantilização da proteção social. É evidente que a erosão progressiva dos direitos básicos leva à exasperação de partes cada vez mais importantes da base social. Não são apenas os estratos mais pobres e educacionais, mas também a classe média, ou seja, os trabalhadores do serviço público. Há uma clara contradição entre aqueles que gostariam de culpar as classes baixa e média sob a acusação de terem vivido além de seus meios por muitos anos, causando a crise atual. Contradição, foi dito, porque se as coisas estivessem realmente dessa forma, então não haveria o fenômeno da relação inversamente proporcional entre a erosão do poder aquisitivo dos cidadãos comuns e o aumento exponencial da remuneração astronômica dada aos gestores de empresas financeiras falidas[48] (GALLINO, 2013, pg. 202).

O "golpe" tem uma história. Foi precedido há cerca de um século, em 1910, nos Estados Unidos pela Lei da Reserva Federal. Os bankster - uma contração entre banqueiros e gângsteres - dos Morgans e Rockefellers pressionaram pela aprovação de uma lei federal transferindo o direito de imprimir dinheiro diretamente aos bancos. A tentativa foi descrita com desprezo como "inadmissível" especialmente pelos democratas. Mas três anos depois, em 1913, como resultado de um esforço de lobby paciente capaz de trazer à presidência o que, entretanto, havia se tornado o campeão democrata de Morgan – Woodrow Wilson – passa, com algum maquillage, a lei, escrita de forma obscura e incompreensível, segundo a qual a moeda seria emitida pelo governo como um título, uma dívida. Os verdadeiros ativistas da Reserva Federal desde então eram os bancos e não o Estado. Nestes 100 anos, os dois primeiros bancos aos quais o Fed pertence ainda pertencem a Morgan e Rockefeller, ou seja, JP Morgan Chase e Citigroup, e depois de um século de prática, durante a crise deflagrada em 2008, eles permaneceram em conformidade com a regra de ouro: privatizar lucros, socializar perdas. Provavelmente, quando a gente pensa nos eventos históricos que caracterizaram o século passado, seria apropriado reconsiderar as responsabilidades. Um sistema que hoje também pertence ao BCE de Mario Draghi que concedeu empréstimos colossais aos bancos mais endividados  a uma taxa de 1% enquanto as pequenas e médias empresas afundaram sem poder ter a oportunidade de continuar produzindo e gerando riqueza devido ao jogo de aposta dos banqueiros[49]. São os bancos e não os estados que emitem dinheiro. Segundo o físico e economista Maurice Allais, a atual criação de dinheiro do nada pelo sistema bancário é semelhante à criação do dinheiro dos falsificadores. A única diferença está em quem lucra com isso[50]. Banksters, justamente (CIARROCCA; 2013, pg.117).

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Para limitar seu poder sem controle, precisamos de uma intervenção política firme  e de uma maior conciencia social. A dependência do jogo de grandes famílias de banqueiros não tem interesse em parar essa patologia, que leva à continuação da aplicação de modelos emprestados das ciências físicas e matemáticas à economia, inventando produtos financeiros cada vez mais complexos, poucos dos quais incluem natureza e evolução. No entanto, é precisamente na fonte da economia mainstream que gerações de economistas têm regado. Universidades, escolas de ensino médio, grandes empresas, organizações internacionais como o Banco Mundial, organizam suas estratégias[51] confiando no que se tornou uma religião real.

Isso, para muitos analistas, tem sido uma consequência da progressiva cooptação da  estupidez ou má fé[52].

O economista Schumpeter elaborando o pensamento do filósofo Marx averte já no sèculo passado a virada do capitalismo no socialismo e a importância do papel desempenhado pelo ambientalismo na perene destruição criativa que caracteriza a luta pela sobrevivência dos privilegios acumulados por os capitalistas mais capazes (DARWALL, 2017; PG43).

Tudo o que resta é contar com os anticorpos da democracia, os povos, que através da cidadania ativa, defendem seus direitos contra as agressões do capitalismo ultra-financeiro e seus adeptos.

 

REFERENCIAS

 

ABREU R.F., MFP, Informa Solicita informações, 7 ag. 2018, documento, Disponìvel em: http://www.terrasolos.com.br/governo-foi-alertado-pelo-ministerio-publico-tres-dias-antes-de-dia-do-fogo/

 

ADDONA C., Herbalife: marketing multilivello o sistema piramidale?, Jus in itinere 12.5.2018 aggiornato 15.11.2018, Disponìvel em: https://www.iusinitinere.it/herbalife-marketing-multilivello-o-sistema-piramidale-10176

 

AL JAZEERA, Australia bushfires combine to form ‘mega fire’ north of Sydney, 9.12.2019 por: Center for Eurasian Studies, Disponìvel em https://avim.org.tr/en/Bulten/AUSTRALIA-BUSHFIRES-COMBINE-TO-FORM-MEGA-FIRE-NORTH-OF-SYDNEY do original https://www.aljazeera.com/news/2019/12/australia-bushfires-combine-form-mega-fire-north-sydney-191206074513633.html atualmente não disponivel no WWW

 

ASGARI N., IHS Markit launches global carbon index, Financial Times, 25 settembre 2019, Disponìvel em: https://www.ft.com/content/ffbde23a-deb0-11e9-b112-9624ec9edc59

ASTER GDEM, Global Digital Elevation Map Announcement, Gdem Validation Team Disponìvel em: https://ssl.jspacesystems.or.jp/ersdac/GDEM/ver2Validation/Summary_GDEM2_validation_report_final.pdf

 

BALMFORTH T., Russia to investigate if Siberia wildfires were started deliberately, Reuters, 1 agosto 2019. Disponìvel em: https://www.reuters.com/article/us-russia-wildfires/russia-says-siberian-wildfires-started-on-purpose-by-illegal-loggers-idUSKCN1UW1WY

 

BEIJER INSTITUTE OF ECOLOGICAL ECONOMICS, Who we are, Beijer, Disponìvel em: https://beijer.kva.se/aims-and-vision/

 

CDP, Carbon Disclosure Project, Italian business face over € 40 billion in climate-related risks, 11 .12. 2019, Disponìvel em https://www.cdp.net/en/articles/climate/italian-businesses-face-over-40-billion-in-climate-related-risks

 

CIARROCCA L., I padroni del mondo. Come la cupola della finanza mondiale decide il destino dei governi e delle popolazioni, Ed. Chiarelettere, 2013

 

COPERNICUS ATMOSPHERE MONITORING SERVICE, Arctic wildlife carbon emissions, 2020, ilustração, Disponìvel em: https://www.dw.com/en/siberia-heatwave-climate-change/a-54120019

 

DANSKE BANK, ‘Ireland issues first Sovereign Green Bond’, Danske Bank, Disponìvel em: https://danskeci.com/ci/financial-markets/solutions/sustainable-finance/sf-cases/ireland-issues-first-sovereign-green-bond)

 

DARWALL R., ‘Green Tyranny. Exposing the totalitarian roots of the climate industrial complex’, 2017, Ed. Encounter Books

 

BUSINESS INSIDER. COM, European Emission Allowances Price, 2019-2020, Valor dos preços de CO2 em 16.12.2019 e 2.21.2020  ilustração,, Disponìvel em: https://markets.businessinsider.com/commodities/co2-european-emission-allowances

 

EUROPEAN COMMISSION, Revisione per la fase 4 (2021-2030), Disponivel em: .https://ec.europa.eu/clima/policies/ets/revision_it

 

FERRARA V., La Convenzione sui cambiamenti climatici e il Protocollo di Kyoto, ENEA, Progetto Clima Globale 2006

 

FRANGOUL A., How a not-for-profit charity is helping Apple, Goldman Sachs and others to embrace renewables, 23 ag 2019, Cnbc,  Disponìvel em: https://www.cnbc.com/2019/08/23/a-charity-is-helping-apple-and-others-to-reach-100percent-renewable-energy.html

 

FT, EU carbon price, 25 feb 2021 ilustração,, Disponìvel em: https://www.ft.com/content/301e9fde-8211-42bf-8bdb-decbc763aacc

 

GALLINO L., Finanzcapitalismo. La civiltà del denaro in crisi, Ed. Einaudi, 2013

 

GALLINO L., Il denaro, il debito e la doppia crisi, Ed Einaudi, 2015

 

GALLINO L., Il colpo di stato di banche e governi. L’attacco alla democrazia in Europa, Ed. Einaudi, Torino, 2013

 

GANDEL S., Hedge funds are making millions off Europe’s killer heat waves, 20 agosto 2019, Cbs news Disponìvel em: https://www.cbsnews.com/news/hedge-funds-millions-europe-killer-heat-waves-climate-change/

 

GERAN PILON J., (2018) Green Tyranny: Exposing the Totalitarian Roots of the Climate Industrial Complex, Israel Journal of Foreign Affairs, 12:2, 299-302, DOI: 10.1080/23739770.2018.1507075

 

GLOBAL MONITORNG LABORATORY, Earth System Research Laboratories, Mauna Loa Baseline Observatory, Esrl Noaa Disponìvel em: https://www.esrl.noaa.gov/gmd/obop/mlo/

GOLDMAN SACHS, Environmental market opportunities. Market making in environmental commodities, Goldman Sachs,

Disponìvel em https://www.goldmansachs.com/citizenship/environmental-stewardship/market-opportunities/market-making-in-environmental-commodities/

 

GOLDMAN SACHS, Asia’s Fluorishing Hedge fund industry, Goldman Sachs. 11 nov 2019 Disponìvel em: https://www.goldmansachs.com/insights/pages/from_briefings_11-Nov-2019.html

 

GOLDMAN SACHS, “Taking the Heat. Making cities resilient to climate change”, Goldman Sachs, set 2019, In: https://www.goldmansachs.com/insights/pages/gs-research/taking-the-heat/report.pdf

 

HOLTON G., ‘The pentagon of Power’, New York Times, New York Times, 13 dicembre 1970. Disponìvel em: https://www.nytimes.com/1970/12/13/archives/the-pentagon-science-as-a-monstrosity-scientists-as-monsters-a-view.html

 

HU B., New Hedge funds survive better in Asia than the U.S., Bloomberg, 10 ottobre 2019, Disponìvel em: https://www.bloomberg.com/news/articles/2019-10-10/new-hedge-funds-survive-better-in-asia-than-u-s-goldman-sachs

 

KEIDAN M., Hedge fund step up bets on commodity market revival, Reuters, 15 marzo 2016, Disponìvel em: https://www.reuters.com/article/uk-hedgefunds-commodities-trends/hedge-funds-step-up-bets-on-commodity-market-revival-idUSKCN0WH15N

 

KHAN Y., Here's why JPMorgan and Goldman Sachs say 2019 is the year climate change is at the top of investors' minds, Business Insider, 12 ottobre 2019. Disponìvel em: https://www.businessinsider.com/goldman-sachs-ubs-jpmorgan-say-2019-is-the-year-for-climate-change-2019-10?IR=T

KOLB T., Carbon Dioxide and Methane Fluxes in Disturbed Southwestern Ponderosa Pine Forests, Nasa, abr 2017, Disponìvel em https://carbon.nasa.gov/cgi-bin/inv_pgp.pl?pgid=235&format=1

 

KUEBLER M., Heat wave in Siberia: What happens when climate change goes extreme?, Deutsche Welle, 13.7.2020, Disponìvel em: https://www.dw.com/en/siberia-heatwave-climate-change/a-54120019Record

 

INTERNATIONAL CAPITAL MARKET ASSOCIATION, ‘Sustainable finance, Icma, Disponìvel em: https://www.icmagroup.org/sustainable-finance/

 

- INTERNATIONAL EMISSION TRADING ASSOCIATION, The EU’s Emission Trading System, Ieta, Disponìvel em:  https://www.ieta.org/resources/Resources/3_Minute_Briefings/phase%203%20eu%20ets_final.pdf

 

 IHS MARKIT, About us. The new Intelligence. A wider picture, a deeper focus, IHS Markit Disponìvel em: https://ihsmarkit.com/about/index.html

 

IL FATTO QUOTIDIANO, Siberia in fiamme, Greenpeace: “Brucia un’area grande come la Grecia”. Ignorati 295 incendi: “Spegnerli costa troppo”, FQ, 6 ag 2019, Disponìvel em: https://www.ilfattoquotidiano.it/2019/08/06/siberia-in-fiamme-greenpeace-bruciata-unarea-estesa-quanto-la-grecia-295-incendi-rimangono-ignorati-spegnerli-costa-troppo/5372240/

 

IL FATTO QUOTIDIANO, Africa in Congo e Angola va in fiamme la seconda foresta pluviale più grande del mondo: oltre 10mila incendi in una settimana, FQ, 28 agosto 2019, Disponìvel em: https://www.ilfattoquotidiano.it/2019/08/28/congo-e-angola-in-fiamme-la-seconda-foresta-pluviale-piu-grande-del-mondo-oltre-10mila-incendi-in-una-settimana/5414684/

 

LANZA A. Il cambiamento climatico, ed. Il Mulino, Bologna 2000

 

LUMICISI A., L’albero amico del clima, QualEnergia anno IV, n.4 Settembre Ottobre 2006

 

MADARO C., La sfida delle Nazioni Unite: il Protocollo di Kyoto e il diritto dell’umanità e dei popoli indigeni all’ambiente. Il caso dell’Amazzonia brasiliana, mar. 2007, Tese de Graduação em Storia delle Relazioni Internazionali, Università degli Studi di Lecce

 

MADARO C., Il complesso militare industriale e la finanziarizzazione degli eventi meteorologici, Osservatorio Globalizzazione, gennaio 2021. Disponìvel em: https://www.academia.edu/44989325/Il_complesso_militare_industriale_e_la_finanziarizzazione_degli_eventi_meteorologici?from_navbar=true

 

MUMFORD L., Il pentagono del potere, Ed Il Saggiatore, 1973

 

MARKET INSIDER, CO2 European Emission Allowances, Business Insider, Disponìvel em: https://markets.businessinsider.com/commodities/co2-european-emission-allowances

 

POSITIVE MONEY, How much money have banks created?, Positive Money, Disponìvel em: https://positivemoney.org/how-money-works/how-much-money-have-banks-created/

 

NOAA, The NOAA Annual Greenhouse Gas Index (AGGI), 2020, ilustração,, Disponìvel em: https://www.esrl.noaa.gov/gmd/aggi/

 

NOOR R., The Myth of carbon Pricing, MIT, Massachusset Institute of Technology, 17 feb. 2019. Disponìvel em: https://climate.mit.edu/myth-carbon-pricing

 

POSITIVE MONEY EUROPE, Money created by banks and Cash, ilustração, Disponìvel em: https://positivemoney.org/how-money-works/how-much-money-have-banks-created/

 

REVISTAFORUM, Amazônia em chamas: Ruralistas combinaram “dia do fogo” no Whatsapp por apoio a Bolsonaro, Revista Forum, 25 ag 2019, Disponìvel em: https://revistaforum.com.br/politica/bolsonaro/amazonia-em-chamas-ruralistas-combinaram-dia-do-fogo-por-whatsapp-por-apoio-a-bolsonaro/

 

RODRIGUES S., O eco, Dia do fogo” foi promovido por grupo no whatsapp chamado SERTÃO, O eco,  27 ag 2019, Disponìvel em:  https://www.oeco.org.br/blogs/salada-verde/dia-do-fogo-foi-promovido-pelo-grupo-no-whatsapp-chamado-sertao/

 

SHEPPARD D., Hedge funds and Wall St banks cash in on carbon market’s revival, Financial Times , set 2018, Disponìvel em: https://www.ft.com/content/6e60b6ec-b10b-11e8-99ca-68cf89602132

 

SHEPPARD D., Carbon bulls will not wait on the EU, 25 feb 2021, Financial Times, Disponìvel em: https://www.ft.com/content/301e9fde-8211-42bf-8bdb-decbc763aacc

 

SHMELZER M., The hegemony of growth. The OECD and the making of economic growth paradigm, pg. 250, Cambridge University Press, 2016

 

SWICKRATH M.J., ANDERSON M., Application of Commercial Non-Dispersive Infrared Spectroscopy Sensors for Sub-ambient Carbon Dioxide Detection, NASA Johnson Space Center, Houston; Summer McMillin,Engineering and Science Contract Group - Jacobs Technology, Houston; Craig Broerman, Engineering and Science Contract Group - Hamilton Sundstrand, Houston, Disponìvel em https://ntrs.nasa.gov/api/citations/20120006020/downloads/20120006020.pdf

 

THE ROCKEFELLER FOUNDATION, The Bellagio Center Residency Program, Rockefeller Foundation, Disponìvel em: https://www.rockefellerfoundation.org/our-work/bellagio-center/residency-program/

 

THE ROCKEFELLER FOUNDATION, Profile: martin L. Leibowitz, Vice Chairman of Morgan Stanley Research, Rockefeller Foundation, Disponìvel em https://www.rockefellerfoundation.org/people/martin-l-leibowitz/

 

UNIONE EUROPEA, Azione per il Clima, Sistema per lo scambio delle quote di emissione dell’UE (ETS UE). Revisione per la fase 4 (2021-2030), UE Disponìvel em:  https://ec.europa.eu/clima/policies/ets/revision_it

 

 VAISALA, Vaisala Carbocap Technology for demanding environments, Vaisala, Disponìvel em:  https://www.vaisala.com/en/vaisala-carbocapr-technology

 

 

 

 

 

 

.

 

 

 

 

 

 

 



[1]Mestre em Políticas internacionais para a proteção do meio ambiente global, Università della Tuscia, Italia. chiaramadaro.76@gmail.com.

[2] Rockefeller Foundation, Center Residency Program, disponivel em: https://www.rockefellerfoundation.org/our-work/bellagio-center/residency-program/

[3] Luciano Gallino, ‘Il denaro, il debito e la doppia crisi’, pg. 43, Ed Einaudi, 2015

 

[4] GLOBAL MONITORING LABORATORY, Earth System Research, Mauna Loa Baseline Laboratory, diponivel em: https://www.esrl.noaa.gov/gmd/obop/mlo/

[5] VAISALA, Vaisala Carbocap Technology for demanding environments, Vaisala, Disponìvel em  https://www.vaisala.com/en/vaisala-carbocapr-technology

-          [6] SWICKRATH M.J., ANDERSON M., Application of Commercial Non-Dispersive Infrared Spectroscopy Sensors for Sub-ambient Carbon Dioxide Detection, NASA Johnson Space Center, Houston; Summer McMillin,Engineering and Science Contract Group - Jacobs Technology, Houston; Craig Broerman, Engineering and Science Contract Group - Hamilton Sundstrand, Houston, Disponìvel em: https://ntrs.nasa.gov/api/citations/20120006020/downloads/20120006020.pdf

 

[7] KOLB T., “Carbon Dioxide and Methane Fluxes in Disturbed Southwestern Ponderosa Pine Forests”, 24 abr 2017,  https://carbon.nasa.gov/cgi-bin/inv_pgp.pl?pgid=235&format=1

[8] IETA, International Emission Trading Association, “ The EU’s Emission Trading System’, In:  https://www.ieta.org/resources/Resources/3_Minute_Briefings/phase%203%20eu%20ets_final.pdf

[9]MARKET INSIDER, “CO2 European Emission Allowances”, Disponivel em: https://markets.businessinsider.com/commodities/co2-european-emission-allowances.

[10] NOOR R., “The Myth of carbon Pricing”, MIT, Massachusset Institute of Technology, 17 febbraio 2019. In: https://climate.mit.edu/myth-carbon-pricing

[11]  EUROPEAN COMMISSION, Revisione per la fase 4 (2021-2030), Disponivel em: .https://ec.europa.eu/clima/policies/ets/revision_it

[12] IL FATTO QUOTIDIANO, Siberia in fiamme, Greenpeace: “Brucia un’area grande come la Grecia”. Ignorati 295 incendi: “Spegnerli costa troppo”, FQ, 6 ag 2019, Disponivel em:

https://www.ilfattoquotidiano.it/2019/08/06/siberia-in-fiamme-greenpeace-bruciata-unarea-estesa-quanto-la-grecia-295-incendi-rimangono-ignorati-spegnerli-costa-troppo/5372240/

[13] BALMFORTH T., “Russia to investigate if Siberia wildfires were started deliberately”, Reuters, 1 agosto 2019. In: https://www.reuters.com/article/us-russia-wildfires/russia-says-siberian-wildfires-started-on-purpose-by-illegal-loggers-idUSKCN1UW1WY

[14] RODRIGUES S., O eco, Dia do fogo” foi promovido por grupo no whatsapp chamado SERTÃO, O eco,  27 ag 2019, Disponìvel em:  https://www.oeco.org.br/blogs/salada-verde/dia-do-fogo-foi-promovido-pelo-grupo-no-whatsapp-chamado-sertao/

[15] REVISTAFORUM, Amazônia em chamas: Ruralistas combinaram “dia do fogo” no Whatsapp por apoio a Bolsonaro, Revista Forum, 25 ag 2019, Disponìvel em: https://revistaforum.com.br/politica/bolsonaro/amazonia-em-chamas-ruralistas-combinaram-dia-do-fogo-por-whatsapp-por-apoio-a-bolsonaro/

[16] IL FATTO QUOTIDIANO, Africa in Congo e Angola va in fiamme la seconda foresta pluviale più grande del mondo: oltre 10mila incendi in una settimana, FQ, 28 agosto 2019, Disponìvel em:  https://www.ilfattoquotidiano.it/2019/08/28/congo-e-angola-in-fiamme-la-seconda-foresta-pluviale-piu-grande-del-mondo-oltre-10mila-incendi-in-una-settimana/5414684/

 

[18] GALLINO L., ‘Finanzcapitalismo. La civiltà del denaro in crisi’, pg 7, Ed. Einaudi, 2013

[19] ADDONA C., Herbalife: marketing multilivello o sistema piramidale?, Jus in itinere 12.5.2018 aggiornato 15.11.2018, Disponìvel em:  https://www.iusinitinere.it/herbalife-marketing-multilivello-o-sistema-piramidale-10176

 

[20] GALLINO L., ‘Il denaro, il debito e la doppia crisi’, Ed Einaudi, 2015

[21]GALLINO L, ‘Il denaro, il debito e la doppia crisi’, pg 38, Ed Einaudi, 2015

[22] GERAN PILON J. (2018) Green Tyranny: Exposing the Totalitarian Roots of the Climate Industrial Complex, Israel Journal of Foreign Affairs, 12:2, 299-302, DOI: 10.1080/23739770.2018.1507075

[23]GALLINO L, ‘Finanzcapitalismo. La civiltà del denaro in crisi’, Ed. Einaudi, 2013

[24]HOLTON G., ‘The pentagon of Power’, New York Times, 13 dicembre 1970. In: https://www.nytimes.com/1970/12/13/archives/the-pentagon-science-as-a-monstrosity-scientists-as-monsters-a-view.html

[25] GALLINO L, ‘Finanzcapitalismo. La civiltà del denaro in crisi’, pg 12, Ed. Einaudi, 2013

[26] GALLINO L, ‘Finanzcapitalismo. La civiltà del denaro in crisi’, pg 12, Ed. Einaudi, 2013

 

[27] GANDEL S., ‘Hedge funds are making millions off Europe’s killer heat waves’, 20 agosto 2019, in: https://www.cbsnews.com/news/hedge-funds-millions-europe-killer-heat-waves-climate-change/

[28] GANDEL S., ‘Hedge funds are making millions off Europe’s killer heat waves’, 20 agosto 2019, in: https://www.cbsnews.com/news/hedge-funds-millions-europe-killer-heat-waves-climate-change/

[29] KEIDAN M., ‘Hedge fund step up bets on commodity market revival’, 15 marzo 2016, in: https://www.reuters.com/article/uk-hedgefunds-commodities-trends/hedge-funds-step-up-bets-on-commodity-market-revival-idUSKCN0WH15N

[31] FRANGOUL A., “How a not-for-profit charity is helping Apple, Goldman Sachs and others to embrace renewables”, 23 ag 2019. Em: https://www.cnbc.com/2019/08/23/a-charity-is-helping-apple-and-others-to-reach-100percent-renewable-energy.html

[32] SHEPPARD DAVID, “Hedge funds and Wall St banks cash in on carbon market’s revival”, Financial Times , set 2018, in: https://www.ft.com/content/6e60b6ec-b10b-11e8-99ca-68cf89602132

[33] INTERNATIONAL CAPITAL MARKET ASSOCIATION, ‘Sustainable finance, Icma, Disponìvel em: https://www.icmagroup.org/green-social-and-sustainability-bonds/

[34] DANSKE BANK, ‘Ireland issues first Sovereign Green Bond’, Danske Bank, Disponìvel em:  https://danskeci.com/ci/financial-markets/solutions/sustainable-finance/ireland-issues-first-sovereign-green-bond

[35]ASGARI N., “IHS Markit launches global carbon index “, Financial Times, 25 set 2019, in: https://www.ft.com/content/ffbde23a-deb0-11e9-b112-9624ec9edc59

[36] IHS MARKIT, About us. The new Intelligence. A wider picture, a deeper focus, IHS Markit Disponìvel em:  https://ihsmarkit.com/about/index.html

[37] ASGARI N., “IHS Markit launches global carbon index “, Financial Times, 25 set 2019. In: https://www.ft.com/content/ffbde23a-deb0-11e9-b112-9624ec9edc59

[38]  Goldman Sachs, ‘Asia’s Fluorishing Hedge fund industry’, 11 nov 2019. Em: https://www.goldmansachs.com/insights/pages/from_briefings_11-Nov-2019.html

[39] BEI HU, ‘New Hedge funds survive better in Asia than the U.S.’, 10 out 2019, in: https://www.bloomberg.com/news/articles/2019-10-10/new-hedge-funds-survive-better-in-asia-than-u-s-goldman-sachs

 

[40]ASGARI N., “IHS Markit launches global carbon index “, Financial Times, 25 set 2019. In: https://www.ft.com/content/ffbde23a-deb0-11e9-b112-9624ec9edc59

[41] GALLINO L., “Il colpo di stato di banche e governi. L’attacco alla democrazia in Europa”, pg.92-93, Ed. Einaudi, Torino, 2013

[42] GALLINO L., “Il colpo di stato di banche e governi. L’attacco alla democrazia in Europa”, pg.92-93, Ed. Einaudi, Torino, 2013

[43] KHAN Y., “Here's why JPMorgan and Goldman Sachs say 2019 is the year climate change is at the top of investors' minds”, Business Insider, 12 out 2019. Em: https://www.businessinsider.com/goldman-sachs-ubs-jpmorgan-say-2019-is-the-year-for-climate-change-2019-10?IR=T

[44] GOLDMAN SACHS, “Taking the Heat. Making cities resilient to climate change”, set 2019, In: https://www.goldmansachs.com/insights/pages/gs-research/taking-the-heat/report.pdf

[46] KHAN Y., “Here's why JPMorgan and Goldman Sachs say 2019 is the year climate change is at the top of investors' minds”, Business Insider, 12 ottobre 2019. In: https://www.businessinsider.com/goldman-sachs-ubs-jpmorgan-say-2019-is-the-year-for-climate-change-2019-10?IR=T

[47]KHAN Y, “JPMorgan's top strategist called out Icahn, Soros and other 'Armageddonists' who fuel recession fears”, 14 novembre 2019. In: https://www.businessinsider.com.au/jpmorgan-michael-cembalest-armageddonists-fuel-recession-and-bear-markets-2019-11

[48] GALLINO L., “Il colpo di stato di banche e governi. L’attacco alla democrazia in Europa”, pg. 192 – 202 - 204, Ed. Einaudi, Torino, 2013

[49] CIARROCCA L., “I padroni del mondo. Come la cupola della finanza mondiale decide il destino dei governi e delle popolazioni”, pg. 224, Ed. Chiarelettere, 2013

[50] CIARROCCA L., “I padroni del mondo. Come la cupola della finanza mondiale decide il destino dei governi e delle popolazioni”, pg. 117, Ed. Chiarelettere, 2013

[51] Luciano Gallino, ‘Finanzcapitalismo. La civiltà del denaro in crisi’, pg 87, Ed Einaudi, 2011

[52] Luciano Gallino, ‘Il denaro, il debito e la doppia crisi’, pg 8, Ed. Einaudi, 2015




Nessun commento:

Posta un commento